Justiça Restaurativa é discutida em evento promovido pela Apamagis

Convidados de São Paulo e Chicago debateram tema.

A Associação Paulista de Magistrados (Apamagis) promoveu, em parceria com a Governors State University, nesta quinta-feira (15), o evento “Justiça Restaurativa e Educação: experiências de Chicago e São Paulo”, que reuniu entusiastas e adeptos da prática, entre professores, alunos e integrantes do Tribunal de Justiça de São Paulo. O evento virtual, realizado pela plataforma Zoom, contou com dois painéis temáticos e foi aberto ao público. Houve tradução simultânea do português para inglês e vice-versa.
Na abertura, o organizador do evento, juiz Marcelo Nalesso Salmaso, coordenador do Núcleo de Justiça Restaurativa da Apamagis, integrante do Grupo Gestor da JR do TJSP e do Comitê Gestor da JR do CNJ, disse que a conexão entre Justiça Restaurativa e educação impacta a sociedade de forma profunda, uma vez que gera transformação nas relações, tanto na sociedade como nas instituições. “Ao atuar nas escolas – espaços privilegiados de convivência – a JR transforma histórias de vida, construindo futuros que se afastem do Poder Judiciário”, afirmou. “A Justiça Restaurativa no Estado de São Paulo vem sendo desenvolvida a partir de um contexto comunitário, no qual o juiz também faz parte. Quando propomos a JR, não somos donos dessa forma de Justiça, mas nos articulamos e convidamos parceiros de outras instituições e da sociedade para trilhar caminhos razoáveis a todos, sem que ninguém fique de fora”, completou.

A presidente da Apamagis, juíza Vanessa Ribeiro Mateus, disse que o Poder Judiciário de São Paulo foi um dos pioneiros na implantação da JR no Brasil, com a instalação, em 2005, de projeto-piloto na região de Heliópolis e São Caetano. “Desde o início – e isso pode ser apontado como diferencial – a construção da Justiça Restaurativa caminhou lado a lado com o sistema de educação, porque sempre se entendeu que as escolas eram espaços de convivência com grande potencial para construção e transformação da história de vida daquelas pessoas envolvidas diretamente e da sociedade como um todo. Os resultados foram exitosos. A Coordenadoria da Infância e da Juventude do TJSP, em 2008, assumiu, então, a JR como uma de suas políticas públicas”, contou.

  O coordenador da Coordenadoria da Infância e da Juventude (CIJ) do TJSP, desembargador Reinaldo Cintra Torres de Carvalho, explicou o funcionamento da estrutura autônoma da JR na Coordenadoria e destacou que o objetivo do evento é a troca de experiências. “Sendo a Justiça Restaurativa uma prática em que se busca enxergar o outro lado, resolver de forma pacífica e consensual as diferenças, necessidades e obrigações, talvez essa seja hoje a melhor ferramenta que, se aplicada nas escolas, gere um aprendizado sobre como resolver pendências por meio do diálogo, evitando, no futuro, judicialização de todo e qualquer problema”.

  O coordenador dos trabalhos do Grupo Gestor de Justiça Restaurativa na CIJ e integrante do Comitê Gestor da JR do CNJ, juiz Egberto de Almeida Penido, definiu a Justiça Restaurativa como uma “arte de encontros”. “Temos situações institucionais, culturais e sociais diversificadas entre Brasil e Estados Unidos, mas na essência estamos trabalhando com o humano, com necessidade universais, e é isso que nos une”, resumiu. “A área da Infância e da Juventude trabalha com a noção de corresponsabilidade, que também é um princípio da Justiça Restaurativa. Dessa forma, existe tanto a responsabilidade individual, como a familiar, social e estatal, com uma lógica sistêmica e não punitiva, mas socioeducativa”, disse. “Não estamos mais falando de uma utopia, mas de algo que está acontecendo de fato.”

No primeiro painel, houve compartilhamento de experiências envolvendo especialmente instituições de ensino, enquanto o segundo painel teve debate entre os convidados. Participaram dos painéis, além dos juízes Marcelo Nalesso Salmaso e Egberto de Almeida Penido, o professor Duane Davis, da University of Chicago; a diretora-executiva da New Community Outreach, Sonia Mi-Sun Wang; o diretor Don C. Holmes e a professora Eboni Rucker, ambos da Thornwood High School; os professores João Salm, Rhonda Jackson e Shannon Maldonado, da Governors State University; e integrantes da Escola Estadual Barão de Suruí (instituição que faz parte do Programa de Ensino Integral em Tatuí, sendo o juiz Marcelo Salmaso coordenador do Núcleo da JR da Comarca de Tatuí) Adriana Cristiana Rainho da Silveira (diretora), João Luiz Azevedo (coordenador-geral) e Kátia Cristina Jeronimo Leite de Oliveira (professora).

Justiça Restaurativa (JR) – é um conjunto de princípios, métodos, técnicas e atividades próprias voltados à conscientização dos fatores relacionais, institucionais e sociais motivadores do conflito e da violência, contando com métodos autocompositivos, dialógicos e inclusivos destinados à solução de conflitos. Com a ajuda de facilitadores, são realizados os chamados processos circulares, com a participação do ofensor, da vítima, de suas famílias e demais envolvidos no fato, bem como representantes da comunidade atingida. Os facilitadores são capacitados em técnicas próprias da JR e o objetivo é a satisfação das necessidades de todos os envolvidos, a responsabilização ativa daqueles que contribuíram direta ou indiretamente para a ocorrência do dano e o fortalecimento da comunidade.

Fonte: Tribunal de Justiça de São Paulo

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Trabalho 100% remoto no Judiciário é prorrogado até 2/5

Medida aplicada às unidades de 1º e 2º Graus.

A Presidência do Tribunal de Justiça de São Paulo editou hoje (16) o Provimento nº 2.612/21, que prorroga o sistema de trabalho 100% remoto em todo o Estado de São Paulo, em 1ª e 2ª instâncias, até 2/5. A medida considera o delicado panorama da Covid-19 no Estado, observando mais recente anúncio do Plano São Paulo, que colocou todos os Departamentos Regionais de Saúde em transição para a fase 2 (laranja). Veja a íntegra do provimento.

PROVIMENTO Nº 2612/2021

PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO, Desembargador GERALDO FRANCISCO PINHEIRO FRANCO, no uso de suas atribuições legais (artigo 26, II, ‘p’, e artigo 271, III, e seu § 3º, ambos do RITJSP),

CONSIDERANDO o Provimento CSM nº 2564/2020, cujo artigo 35 preconiza que, havendo necessidade, o Tribunal de Justiça poderá retomar ou prosseguir com o Sistema Remoto de Trabalho em todas as comarcas ou parte delas, na hipótese de recrudescimento ou nova onda de infecção generalizada pela Covid-19, observado, se caso, o Plano São Paulo baixado pelo Poder Executivo estadual;

CONSIDERANDO o disposto no artigo 1º do Provimento CSM nº 2600/2021, que estabelece a possibilidade de prorrogação do Sistema Remoto de Trabalho, se necessário, por ato da Presidência do Tribunal de Justiça;

CONSIDERANDO que a preocupação maior da Corte, como de todo o Poder Judiciário, é com a preservação da saúde de magistrados, servidores, colaboradores, demais profissionais da área jurídica e do público em geral;

CONSIDERANDO que a ênfase ao enfrentamento da questão sanitária não tem trazido prejuízo à prestação jurisdicional, como revela a destacada produtividade do Tribunal de Justiça durante o período da pandemia, contabilizando-se, até 11/4/2021, a prática de mais de 32 milhões de atos, sendo 3,7 milhões de sentenças e mais de 1 milhão de acórdãos;

CONSIDERANDO que, a despeito das sérias ações do Poder Executivo estadual, ainda é delicado o panorama da Covid-19 no estado de São Paulo, observando-se, conforme anúncio feito nesta data, a colocação de todos os Departamentos Regionais de Saúde em ‘fase de transição’ para a fase 2 (laranja) do Plano São Paulo, até 30/04/2021, a exigir a manutenção do Sistema Remoto de Trabalho em todo o estado de São Paulo, em primeiro e segundo graus;

RESOLVE:

Art. 1º. Prorroga-se o prazo de vigência do Sistema Remoto de Trabalho em todo o estado de São Paulo, em primeiro e segundo graus, para o dia 02 de maio de 2021.

Art. 2º. Este provimento entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

PUBLIQUE-SE. REGISTRE-SE. CUMPRA-SE.

São Paulo, 16 de abril de 2021.

GERALDO FRANCISCO PINHEIRO FRANCO

Presidente do Tribunal de Justiça

Fonte: Tribunal de Justiça de São Paulo

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Pauta de Julgamento do CNJ inclui ato normativo sobre a divulgação do faturamento das Serventias Extrajudiciais

Dispositivo legal pretende alterar a Resolução CNJ n. 215/2015, que dispõe do acesso à informação, aumentando a transparência desses dados.

Está previsto para a Pauta de Julgamentos da 329ª Sessão Ordinária do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) o julgamento do Ato Normativo n. 0007427-48.2018.2.00.0000, que tem como proposta a alteração da Resolução CNJ n. 215/2015, referente à divulgação do faturamento das Serventias Extrajudiciais. A sessão Plenária ocorrerá na terça-feira (20/04/2021)a partir das 14h, e será transmitida, ao vivo, pelo canal do CNJ no YouTube. O Ato Normativo está sob a relatoria do Conselheiro Marcos Vinícius Jardim Rodrigues.

Veja a Pauta de Julgamento.

Fonte: IRIB (www.irib.org.br)

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