Norma coletiva pode exigir frequência integral para concessão de cesta básica.

A Seção Especializada em Dissídios Coletivos (SDC) do Tribunal Superior do Trabalho manteve a validade da norma coletiva que estabelece critérios para a concessão da cesta básica, entre eles a assiduidade integral. Para o colegiado, a definição desse critério para o recebimento do benefício é matéria passível de negociação entre os interessados.

Critérios

A cláusula faz parte da Convenção Coletiva de Trabalho 2021/2022 firmada entre o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Vale do Piranga e a Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário do Estado de Minas Gerais. Ela garante o direito à cesta básica aos empregados que trabalhem no canteiro de obra, recebam salário igual ou inferior a cinco salários mínimos e demonstrem assiduidade integral, ressalvadas apenas as ausências justificadas por motivo de acidente de trabalho.

Cláusula discriminatória

Em ação anulatória, o Ministério Público do Trabalho (MPT) sustentou que a cesta básica deveria ser garantida ao menos aos empregados que precisem faltar ao trabalho de modo justificado por autorização legal ou por motivo de doença. Argumentou também que, embora não haja determinação legal para o fornecimento da alimentação, a parcela, uma vez ofertada, passa a fazer parte do salário e não deve ser suprimida de forma casuística.

Sem redução salarial

O Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (MG) julgou improcedente a ação e declarou a validade da cláusula. Para o TRT, ela não seria discriminatória, pois os empregados que não atendessem ao critério de assiduidade exigido não sofreriam redução salarial.

Critérios objetivos

O relator do recurso do MPT, ministro Caputo Bastos, pontuou que foram definidos critérios objetivos para o recebimento da cesta básica e que o benefício também está condicionado ao desconto de 10% do valor da cesta.

Para ele, a única ressalva para a assiduidade (ausência justificada por acidente de trabalho) não tem caráter discriminatório por não incluir as hipóteses de faltas permitidas na CLT nem os afastamentos por covid-19. “O intuito do empregador é estimular os trabalhadores, por meio da concessão da cesta básica, ao alcance da assiduidade plena, cujos critérios podem ser objeto de negociação coletiva”, observou.

Sem natureza salarial

Segundo Caputo Bastos, as situações das faltas elencadas na CLT ou decorrentes da covid-19 são justificáveis para evitar o desconto de salário dos empregados. Contudo, a cesta básica não tem natureza salarial porque os empregados participam do custeio, o que lhe confere caráter indenizatório.

Matéria passível de negociação

Ainda de acordo com o relator, a definição de critérios de assiduidade para o recebimento do benefício é matéria passível de negociação entre os interessados, nos termos do artigo 7º, XXVI, da Constituição, e não ultrapassa os limites traçados pelo próprio texto constitucional e pela CLT.

Divergência

Ficou vencido o ministro Mauricio Godinho Delgado, que votou pela adequação da cláusula para abranger as ausências justificadas, as doenças ocupacionais ou profissionais e os demais afastamentos por motivo de saúde. Segundo ele, embora o fundamento básico da cláusula seja inteiramente válido, ela desconsidera que o afastamento por adoecimento ocupacional ou por acidente de trabalho se equiparam para os fins estabelecidos em lei. “Além disso, a licença para tratamento de saúde é considerada ausência justificada por lei, que se ampara em direito de índole constitucional, o direito fundamental à saúde”, concluiu.

Matéria atualizada em 25/9/2023, com acréscimo de conteúdo.

(Lourdes Tavares/CF)

Processo: ROT-10888-53.2022.5.03.0000

Fonte: Tribunal Superior do Trabalho.

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TJ/RS: Encontro Nacional de Tribunais de Justiça debate a fiscalização da gestão das serventias extrajudiciais vagas.

Durante três dias (27, 28 e 29/9), magistrados e servidores de 15 tribunais do país estarão reunidos no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, para debater sobre o papel do Poder Judiciário na fiscalização da gestão das serventias extrajudiciais vagas. O evento, denominado “Encontro Nacional de Tribunais de Justiça”, será realizado no Plenário Ministro Pedro Soares Muñoz, do TJRS.

O objetivo do encontro, coordenado pelo Juiz-Assessor da Presidência do TJRS, Luiz Felipe Desessards, é debater a respeito da fiscalização das receitas e despesas de serventias em situação de vacância, em relação ao cumprimento de normas relativas à obrigatoriedade de que se fiscalize e à transparência necessária.

Programação 

27/9

14h – Abertura

14h30min –  A  Resolução 80/2009-CNJ que trata da vacância dos serviços notariais e de registro em descordo com a Constituição Federal.
Palestrante: Juiz de Direito do TJRS e auxiliar de Ministro do STF  Mário Augusto Figueiredo de Lacerda Guerreiro

15h20min – Assinatura de Ato da Presidência (Fiscalização das prestações de contas) e lançamento do Manual da Fiscalização

16h  – Fiscalização das serventias vagas pelo TJSC com debatedores
Palestrantes: Juiz-Corregedor do TJSC Rafael Maas dos Anjos e  Juíza-Corregedora Coordenadora do TJRS, Cristiane Hoppe
Debatedores: Juiz de Direito do Judiciário gaúcho André Guidi Colossi e Juiz-Assessor da Presidência TJRS, Luiz Felipe Desessards

28/9

9h – A evolução na fiscalização das serventias vagas no TJRS
Juíza-Corregedora Coordenadora TJRS, Cristiane Hoppe
Juiz de Direito do Judiciário gaúcho, André Guidi Colossi
Juiz-Assessor da Presidência TJRS, Luiz Felipe Desessards

10h30min – Tema 779/STF (Aplicabilidade do teto constitucional à remuneração de substitutos (interinos) designados para o exercício de função notarial e registral em serventias extrajudiciais)
Palestrante:  Nei Fernando Marques Brum – (PGE Tribunais Superiores)
Debatedor: Juiz de Direito do Judiciário gaúcho, Alexandre Tregnano Panichi

13h30min  – Inteligência artificial
Desembargador federal Pedro Felipe de Oliveira Santos (TRF 6)

14h40min  – Ações trabalhistas
Procuradora da PGE Lívia Depra Camargo Sulzbach

16h  – A aplicação dos recursos dos excedentes nos investimentos do TJRS
Diretor-Geral TJRS Sandro Borba
Assessora Técnica Direção Financeira do TJRS Elise Reolon Magoga
Diretor Receita TJRS Joel Borges da Fonseca

29/9

9h – Apresentação do sistema de prestação de contas de interinos e o fluxo da fiscalização
Assessoria Especial da Presidência do TJRS Cláudia Rozales
Chefe do Serviço de Débitos Extrajudiciais do TJRS Clarice Pires da Jornada

9h50min – A fiscalização das serventias vagas pelas Direções de Foro
Diretora do Foro Central de Porto Alegre, Juíza Alessandra Abrão Bertoluci –
Juiz Carlos Frederico Finger – Foro de Caxias do Sul

Fonte: Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul.

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TJRR anuncia II concurso público para delegações de notas e registro.

O Tribunal de Justiça do Estado de Roraima (TJRR) avança na organização do II Concurso Público de Provas e Títulos para outorga de Delegações de Notas e de Registro. O certame visa preencher 05 vagas destinadas às serventias extrajudiciais, abrangendo tanto a capital quanto o interior do estado.

Após pesquisa de mercado e avaliação detalhada dos interessados, a Equipe de Planejamento do TJRR optou pelo Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe) como organizador do concurso. Tal decisão foi embasada na reconhecida competência técnica do Cebraspe na organização de concursos públicos nacionais.

Este movimento reafirma o compromisso do TJRR com a transparência, lisura e alta qualidade na seleção dos futuros profissionais que terão o privilégio e a responsabilidade de atuar em setores fundamentais da área notarial e de registro.

Dentre as razões para a realização do concurso, destaca-se o cumprimento do § 3º do artigo 236 da Constituição Federal, além da Resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) nº 81/2009. Ambos os documentos estabelecem diretrizes claras e rígidas para concursos públicos na área.

Rafaella Holanda, juíza auxiliar da Corregedoria-Geral de Justiça do TJRR, ressaltou a importância deste concurso para o sistema de justiça roraimense. “Promove a transparência na atividade notarial e de registro. Em resumo, o II Concurso Público de Provas e Títulos para Delegações de Notas e de Registro é um passo importante para aprimorar ainda mais o sistema de justiça em Roraima e garantir a qualidade dos serviços notariais e de registro oferecidos à população”, declarou.

Henrique Tavares, secretário-geral do TJRR, informou que o contrato com o Cebraspe será formalizado no dia 26 de setembro. Detalhou ainda que haverá uma reunião inaugural com a banca para definição de regras, conteúdos, inscrições e demais informações que irão compor o edital. A expectativa, segundo Tavares, é que o edital seja divulgado em dezembro de 2023.

Fonte: Concurso de Cartório.

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