Na última quinta-feira, dia 11 de dezembro, o Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJPR) e a Associação dos Notários e Registradores do Estado do Paraná (Anoreg/PR) realizaram um ato simbólico para registrar o início das atividades do projeto “Cartório Acolhedor”, na Casa da Mulher Brasileira (CMB), em Curitiba. A iniciativa tem o objetivo de promover a reintegração social e o ambiente inclusivo para mulheres em situação de violência doméstica, por meio de oportunidades de emprego, estágio e capacitação profissional nas serventias do estado.
A ação foi proposta pela Corregedoria da Justiça, em parceria da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Cevid) do TJPR, a partir de um evento que tratou da importância do Foro Extrajudicial participar do enfrentamento à violência doméstica e familiar no país. “Nós tivemos a iniciativa de procurar a Anoreg Paraná, e em conjunto, pensamos em começar a atuar numa política pública que trate a questão da empregabilidade das mulheres que sofrem com a violência”, explicou a corregedora da Justiça, desembargadora Ana Lúcia Lourenço.
De acordo com a cartorária e Diretora da Anoreg, Nara Dariane Dors, a parceria tem um grande potencial diante da representatividade dos cartórios nas cidades paranaenses. “Os cartórios têm uma capilaridade muito grande, eles estão presentes em todos os municípios e são um espaço de acolhimento. Essas mulheres chegam ao cartório de uma maneira muito mais fácil do que chegam a um juiz, a um promotor, ou até a um advogado. É um ambiente mais fácil para aproximação e a chance de existir uma vaga em qualquer canto do Paraná amplia-se bastante”, destacou a cartorária.
Quebra do ciclo de violência
Neste primeiro momento o projeto “Cartório Acolhedor” funcionará, em caráter piloto, em Curitiba e região metropolitana. O cadastro das mulheres interessadas em buscar uma dessas vagas será feito pelo site: www.cartorioacolhedor.com.br. O mesmo portal será usado para os cartorários inscreverem as vagas disponíveis, serão eles os encarregados de fazerem o contato para marcar as entrevistas de emprego.
De acordo com a Diretora de Políticas para as Mulheres da Secretaria Municipal da Mulher, Aline Betenheuser, a ação representa um passo importante para quebrar o ciclo de violência em que muitas mulheres se encontram. “Quanto mais independência financeira a gente der, mais livre da violência elas vão estar. Menos medo de sofrer a violência elas vão ter. Então o fortalecimento, o resgate dessa vida e a manutenção desse emprego dela é algo que faz com que a gente avance ainda mais nas políticas públicas de proteção às mulheres vítimas de violência doméstica e familiar”, afirmou.
A proposta é que o projeto seja amplamente divulgado, principalmente em instituições que integrem a rede de apoio. É o caso da Casa da Mulher Brasileira, que centraliza o atendimento integral e humanizado a mulheres em situação de violência, oferecendo apoio jurídico, psicossocial, acolhimento, delegacia especializada, entre vários outros serviços. “Começar esse projeto-piloto dentro da Casa da Mulher Brasileira é muito significativo. A oportunidade dessas mulheres que sofreram situação de violência doméstica serem acolhidas num cartório é muito importante, traz dignidade, cidadania e a possibilidade do recomeço para essa mulher”, destacou a diretora da CMB de Curitiba, Sandra Praddo.
Para a juíza Camila de Britto Formolo, titular do 3º Juizado de Violência Doméstica e familiar contra a Mulher, o projeto é fundamental para que as vítimas desse tipo de crime possam superá-lo. “As vítimas que comparecem aqui, muitas delas vêm solicitar uma desistência das medidas protetivas justamente pelo fato da dependência econômica e financeira com o agressor. Por isso, oferecer a ela uma oportunidade de trabalho, um emprego digno, com salário justo, contribuirá para que a gente possa cessar essa violência e até tirar essa mulher do núcleo familiar”, afirmou a magistrada.
Fonte: Tribunal de Justiça do Paraná.
Publicação: Portal do RI (Registro de Imóveis) | O Portal das informações notariais, registrais e imobiliárias!
Para acompanhar as notícias do Portal do RI, siga-nos no twitter, curta a nossa página no facebook e/ou assine nosso boletim eletrônico (newsletter), diário e gratuito.




