Nesta terça-feira (9/1), TJTO e Corregedoria recebem delegatários (as) aprovados (as) em concurso público para solenidade de outorga e investidura dos cargos

Em Palmas, no auditório Doutor Feliciano Machado Braga, situado no subsolo do Palácio Rio Tocantins, sede do Tribunal de Justiça do Tocantins (TJTO), acontece às 14h desta terça-feira (9/1), a cerimônia de outorga dos (as) aprovados (as) no último concurso público de provas e títulos para delegação de serventias extrajudiciais de notas e de registro, promovido pelo Judiciário tocantinense.

Após um processo de muitas etapas, a solenidade, que será transmitida ao vivo pelo canal do TJTO no youtube, vai celebrar a posse dos (as) candidatos (as) aprovados (as) que não solicitaram prorrogação. O evento terá a presença de autoridades, além da presidente do TJTO, desembargadora Etelvina Maria Sampaio Felipe – que é a autoridade responsável pela outorga, e também da corregedora-geral da Justiça, desembargadora Maysa Vendramini Rosal, que fará a investidura dos cargos.

As  desembargadoras ainda repassarão às pessoas aprovadas orientações e ponderações relacionadas ao concurso público e a dinâmica das atividades. Importante lembrar que em dezembro de 2023 o Poder Judiciário do Tocantins, por meio da Escola Superior da Magistratura Tocantinense (Esmat), também ofereceu aos (as) selecionados (as) o curso “Fundamentos e Práticas para Delegatários de Unidades Notariais e de Registro”, com  o total de 24 horas-aula.

Notário

Também conhecido como tabelião, são profissionais bacharéis em direito, responsáveis pela elaboração de documentos públicos. Entre suas atribuições estão: a garantia da autenticidade, publicidade e segurança jurídica de atos importantes, como escrituras públicas, procurações e atas notariais; formalização de atos jurídicos de interesse das partes, como uma compra e venda; auxiliar o Estado no cumprimento das leis e fiscalização dos impostos; conferir autenticidade aos atos e negócios jurídicos contidos nos documentos que redigem; assessorar os requisitantes de seus serviços.

Delegatário

Profissionais do direito que realizam atos e negócios jurídicos, como serviço público exercido em caráter privado, os delegatários são responsáveis por preservar a segurança jurídica e a publicidade. Para se tornar um Tabelião ou Registrador, é necessário ser aprovado em concurso público de provas e títulos. Para concorrer, o candidato deve ser bacharel em Direito ou comprovar o exercício de 10 anos em serviço notarial ou de registro.

Outorga

Para quem ainda não sabe, a outorga é uma concessão em que o Poder Judiciário autoriza, via decreto publicado no Diário da Justiça, delegatários (as) e notários (as) a exercerem atividades representando cartórios extrajudiciais.

Clique aqui para assistir ao vivo a solenidade de investidura dos (as) aprovados (as) no último concurso público de provas e títulos para outorga de delegação de serventias extrajudiciais de notas e de registro, promovido pelo Judiciário tocantinense.

Fonte: Tribunal de Justiça do Tocantins.

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CNJ – Corregedoria Nacional de Justiça publica Decisão que aprimora as regras de averbação de alteração de nome, de gênero ou de ambos de pessoas transgênero

V – GÊNERO “NÃO BINÁRIE”

Muito embora tenha o Supremo Tribunal Federal redigido a ementa da ADI n. 4.275/DF valendo-se da expressão “transgêneros”, ao invés da expressão “transexuais”, não se observa da leitura atenta do inteiro teor do respectivo acórdão qualquer ampliação dos gêneros passíveis de alteração no Registro Civil das Pessoas Naturais (RCPN) para além daqueles que também podem caracterizar o sexo de determinada pessoa (masculino e feminino).

O eminente Ministro Luiz Fux, inclusive, consignou em seu voto convergente que “A identidade de gênero, repita-se, corresponde ao gênero com o qual a pessoa se identifica psicossocialmente. Não há terceiro gênero, nem é este o pleito.”Logo, evidente que, quando da apreciação da referida Ação Direta de Inconstitucionalidade, valeu-se a Suprema Corte do chamado “sistema binário do gênero/sexo”, que, nos termos do Parecer Consultivo n. 24 da Corte Interamericana de Direitos Humanos, consiste no “modelo social e cultural dominante na cultura ocidental que ‘considera que gênero e sexo englobam duas, e apenas duas, categorias rígidas, a saber, masculino/homem e feminino/mulher”.

Deste modo, em sendo o Provimento CNJ n. 73/2018 mero ato normativo voltado a esclarecer e orientar a execução dos serviços extrajudiciais em razão da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal na ADI n. 4.275/DF e que esta, por sua vez, nada prescreveu sobre eventual possibilidade de alteração do sexo de determinada pessoa diretamente no Registro Civil de Pessoas Naturais para qualquer gênero diferente de “masculino” ou “feminino”, não se mostra possível que, por este meio – ato administrativo –, venha esta Corregedoria Nacional permitir a inclusão do termo “nãobinárie” – ou algo que o valha – no campo destinado ao registro do “sexo” de alguém.

Nesse contexto, relevante consignar o entendimento já exarado por esta Corregedoria Nacional de Justiça, no Parecer constante do Processo SEI n. 02037/2023,sobre a possibilidade, ou não, de “ampliação das alternativas de gênero para efeito registral, além do binarismo masculino e feminino” (doc. 1591099), do qual transcrevo:

Conforme registrado pelo Ministro Marco Aurélio no seu voto da ADI n. 4.275 já acima reproduzido, “O critério morfológico, embora carente de mitigação, ainda é parâmetro relevante para a identificação de cidadãos”.

As consequências aqui, de não se identificar o sexo ou a identidade de gênero binária no registro civil, são de ordem bastante ampla, atingindo direitos e obrigações de todas as ordens, como de saúde, educação, trabalhista, previdenciária, e essa questão, acredito, ainda não se encontra madura o suficiente para que seja regulada administrativamente por esta Corregedoria Nacional, merecendo um ambiente de amplo debate no Poder Legislativo, quem detém competência para definir legal e universalmente a temática, e, eventualmente, pelas Cortes de Justiça, sob o enfoque de garantir o melhor direito ao cidadão.

Assim, muito embora sejam legítimas as preocupações da requerente e encontrem fundamentos relevantes no voto do Juiz de Direito Eduardo Rezende Melo, membro do Foninj, não há como acolher as propostas por ele realizadas no que diz respeito à atuação desta Corregedoria Nacional de Justiça.

Fonte: Anoreg/BR

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Corte reforma decisão que invalidou testamento após testemunhas não confirmarem alguns de seus elementos

A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), por maioria, validou um testamento particular em que as testemunhas não foram capazes de confirmar em juízo a manifestação de vontade da testadora, a data em que o testamento foi elaborado, o modo como foi assinado e outros elementos relacionados ao ato.

De acordo com o colegiado, é preciso flexibilidade para conciliar o cumprimento das formalidades legais com o respeito à última vontade do testador.

No caso dos autos, duas pessoas interpuseram recurso especial no STJ depois que as instâncias ordinárias negaram seus pedidos de abertura, registro e cumprimento de um testamento particular, pois as testemunhas ouvidas em juízo não esclareceram as circunstâncias em que o documento foi lavrado nem qual era a manifestação de vontade da testadora.

Apuração das instâncias ordinárias se distanciou dos requisitos legais

A relatora do recurso, ministra Nancy Andrighi, observou que a confirmação do testamento particular está condicionada à presença de requisitos alternativos: ou as testemunhas confirmam o fato da disposição ou confirmam que o testamento foi lido perante elas e que as assinaturas no documento são delas e do testador.

Contudo, a ministra apontou que, na hipótese dos autos, as testemunhas foram questionadas especificamente sobre a vontade da testadora, as circunstâncias em que foi lavrado o testamento, a data ou o ano de sua assinatura, se foi assinado física ou eletronicamente e se a assinatura se deu em cartório ou na casa da testadora.

Segundo a relatora, a apuração fática das instâncias ordinárias se distanciou dos requisitos previstos no artigo 1.878, caput, do Código Civil (CC), uma vez que as testemunhas foram questionadas sobre detalhes distintos daqueles previstos em lei.

“O legislador não elencou uma parte significativa dos elementos fáticos que foram apurados nas instâncias ordinárias porque o distanciamento temporal entre a lavratura do testamento e a sua confirmação pode ser demasiadamente longo, inviabilizando que as testemunhas confirmassem, anos ou décadas depois, elementos internos ou inerentes ao testamento”, declarou.

Para o STJ, é possível flexibilizar as formalidades exigidas para a validade do testamento

A relatora também ressaltou que, tendo como base a preservação da vontade do testador, o STJ possui jurisprudência consolidada no sentido de que é admissível alguma espécie de flexibilização nas formalidades exigidas para a validade de um testamento.

A título de exemplo, a ministra citou a decisão proferida no REsp 828.616, em que se reconheceu que o descumprimento de determinada formalidade – no caso, a falta de leitura do testamento perante três testemunhas reunidas concomitantemente – não era suficiente para invalidar o documento, pois as testemunhas confirmaram que o próprio testador foi quem leu o conteúdo para elas e, ainda, confirmaram as assinaturas presentes no testamento.

“O exame da jurisprudência revela que esta corte tem sido ciosa na indispensável busca pelo equilíbrio entre a necessidade de cumprimento de formalidades essenciais nos testamentos particulares (respeitando-se, pois, a solenidade e a ritualística própria, em homenagem à segurança jurídica) e a necessidade, também premente, de abrandamento de determinadas formalidades para que sejam adequadamente respeitadas as manifestações de última vontade do testador”, concluiu Nancy Andrighi ao dar provimento ao recurso especial.

Leia o acórdão no REsp 2.080.530.

Fonte: Superior Tribunal de Justiça

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