TJ/RS: Ação emergencial de registro civil realiza 250 atendimentos nesta quarta.


Com a capital gaúcha vivendo os impactos de uma enchente sem precedentes na história, a Corregedoria-Geral da Justiça (CGJ/RS), em parceria com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e os Registradores Civis do RS, desenvolveu uma força-tarefa para auxiliar no trabalho de identificação e registro civil dos desalojados acolhidos em abrigos de Porto Alegre.

A ação emergencial desta quarta-feira (8/5), oportunizou a emissão gratuita de certidões de nascimento e casamento para centenas de moradores provenientes de bairros da capital e cidades da região metropolitana de Porto Alegre que tiveram suas casas invadidas pelas águas.

A iniciativa, que iniciou às 9h, ocorreu nos abrigos instalados no Ginásio do Centro de Esportes da Pontifícia Universidade Católica do RS (PUCRS) pela manhã, na Escola Araguaia (Hípica) e na Sogipa. Foram realizados, até o momento, cerca de 250 atendimentos.

O movimento conta com o trabalho voluntário de cerca de 30 Juízes e de muitos servidores do Tribunal de Justiça e da Corregedoria-Geral do RS.

O Juiz-Corregedor Felipe Só dos Santos Lumertz destacou a importância desse tipo de ação para a esperança e o resgate da vida das pessoas. “As pessoas perderam suas vidas, as pessoas perderam seu patrimônio, as pessoas perderam seus animais de estimação, seus entes queridos, mas elas não podem perder a esperança. O mínimo que o Judiciário pode fazer agora é tentar dar um pouco dessa esperança, resgatando a cidadania dessas pessoas e esse resgate da cidadania começa com a regularização documental, porque recomeçar é preciso”, afirma Lumertz.

A Juíza-Corregedora, Taís Culau de Barros, enfatiza a importância desse atendimento emergencial que está sendo realizado nos abrigos, um trabalho conjunto entre várias entidades para o auxílio das pessoas que perderam todos os seus bens materiais, inclusive a documentação básica. “Vários magistrados estão se cadastrando e nós estamos trabalhando em revezamento por turnos. Hoje pela manhã, esgotamos toda a necessidade da PUC”, afirmou.

Os magistrados realizaram entrevistas com as pessoas para a coleta de dados, permitindo a posterior pesquisa junto aos Registros Civis.

A segunda via do documento, físico ou eletrônico, estará disponível ao solicitante conforme a viabilidade dos cartórios, lembrando que muitos ainda encontram-se fora de operação.

De acordo com a Juíza Káren Bertoncello, a iniciativa representa a aproximação dessas pessoas com a cidadania, salientando que sem a documentação não será possível acessar os benefícios previdenciários e assistenciais. “Vindo até os abrigos, nós podemos oferecer um acolhimento e conforto, para que eles não tenham que se deslocar depois, já que terão de resolver a situação das suas casas, o retorno, sendo que muitos não tem nem para onde ir. Pessoalmente, a experiência de estar aqui, tira a gente do papel de Juiz do processo e nos coloca frente a frente com a parte, vivenciando situações concretas”, avalia.

Eduarda, 26 anos, grávida de oito meses, moradora da Ilha da Pintada, está no abrigo instalado na Sogipa desde a manhã de sábado(4/5). Ela relata estar mais aliviada com a possibilidade de ter a sua documentação encaminhada, assim como a de toda a sua família, constituída de 13 pessoas. “Perdemos tudo o que tínhamos. Estou aqui na Sogipa, com meus familiares, que também já estão encaminhando as novas certidões de nascimento” diz.

Para Marcos, 38 anos, morador do bairro Navegantes, a situação não é diferente. Abrigado junto com o seu irmão desde o último domingo no clube, ele relata que teve de sair de casa quando a água já atingia a altura do seu peito. “Perdi todos os meus documentos e provavelmente tudo o que tenho dentro de casa. Só tenho que agradecer tudo o que está sendo feito aqui, e ter os documentos já encaminhados é muito bom”, diz.

Também participaram da ação durante à tarde, na Sogipa, as Juízas Patrícia Antunes Laydner, Traudi Beatriz Grabin, Juliana Cardoso, Liniane Mog da Silva e os Juízes Alan Delabary e Roberto Coutinho Borba.

Na PUC, participaram a Desembargadora Vanessa Gastal de Magalhães e os Juízes de Direito Aidê Dolores Lenz Althaus, André Tescheiner, Daiane Popp Flores, Daniela Hampe, Jaime Freitas da Silva, Matheus de Souza Costa, Nara Cristina Neumann Cano Saraiva e Cristiane Hoppe.

O serviço de atendimento aos desabrigados ocorrerá também nesta quinta-feira (9/5), nos seguintes locais:

  • ESEF – 9h às 12h; 14h às 17h
  • Ginásio da Brigada – 9h às 12h; 14h às 17h
  • IPA – 9h às 12h; 14h às 17h
  • Escola Mãe de Deus – 9h às 13h
  • AABB : a partir das 14:30

Texto: Maria Inez Petry
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Fonte: Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul.

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CNB: Provimento n⁰ 161/2024 do CNJ é abordado em live do CNB/CF.


Na noite desta terça-feira (07.05), o Colégio Notarial do Brasil – Conselho Federal (CNB/CF) realizou a live notarial do Provimento n⁰ 161/2024, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), sobre as novas normativas do notariado contra a Lavagem de Dinheiro. O encontro foi transmitido nos perfis no CNB/CF e contou com a participação de Joaquim da Cunha Neto, especialista em prevenção de eiscos e fraudes; Eduardo Calais, vice-presidente do Colégio Notarial do Brasil e Rafael Depieri, assessor jurídico do CNB/CF.

O provimento n⁰161/2024 entrou em vigor na última quinta-feira (02.05) e modifica o Código Nacional de Normas da Corregedoria Nacional de Justiça – Foro Extrajudicial. A nova normativa estipula diretrizes mais criteriosas para a comunicação de informações por parte dos cartórios ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), visando aprimorar o combate à lavagem de dinheiro, ao financiamento do terrorismo e à proliferação de armas de destruição em massa.

Antes das alterações introduzidas pelo Provimento n.161/2024, as comunicações dos cartórios extrajudiciais ao COAF eram reguladas pelo Provimento n. 88/2019, incorporado às normas dos serviços notariais e registrais no Provimento n. 149/2023. Essas comunicações são realizadas por meio do sistema Siscoaf, conectando as serventias extrajudiciais à Unidade de Inteligência Financeira (UIF).

Durante a live o vice-presidente do CNB/CF, Eduardo Calais, fez a abertura falando da atuação dos cartórios na prevenção à lavagem de dinheiro e mencionou que o notariado segue unido em uma corrente poderosa para ajudar o Rio Grande do Sul.

O assessor jurídico do CNB/CF, Rafael Depieri, falou dos aspectos jurídicos do Prov. 161 que entre as principais mudanças, destaca-se a definição mais precisa do termo “pagamento em espécie”, evitando confusões com pagamentos em moeda corrente, o que resultava em comunicações desnecessárias. Além disso, o valor mínimo para comunicação obrigatória foi revisado, passando de R$ 30 mil para R$ 100 mil.

Rafael Depieri fez já na abertura uma breve explanação sobre as normativas do notariado contra a Lavagem de Dinheiro ressaltando que a live tinha como intuito de trazer uma tranquilidade para os notários. Na oportunidade Depieri aproveitou para deixar o e-mail servicos@cnbcf.org.br para que os notários enviem dúvidas relacionadas ao tema.

O Provimento reduziu de duas para uma vez ao ano, até 31 de janeiro do ano subsequente, as comunicações de não ocorrência de operações suspeitas que os cartórios devem enviar às suas Corregedorias Estaduais. Uma das inovações mais significativas é a exigência de que o delegatário fundamente a natureza da operação ou proposta de operação suspeita, o que reduzirá o número de comunicações sem relevância para o COAF. A partir do envio à UIF, as comunicações serão analisadas por especialistas, podendo o COAF encaminhar as informações aos órgãos de investigação criminal, Ministério Público e polícias judiciárias, seja estadual ou federal, conforme o caso.

Ainda durante a live, Joaquim da Cunha Neto, especialista em prevenção de riscos e fraudes abordou a atuação notarial prevista pelo Prov. 161 e suas principais alterações. “O provimento nos trouxe grandes desafios. Precisamos ser mais criteriosos e comunicar com mais qualidade. Lembro ainda que as obrigações de PLD/FTP não serão prejudicadas pela LGPD, e que são necessárias observar algumas particularidades como: informações que se possa razoavelmente obter, levar em conta os diversos tipos de serviços prestados; e no que diz respeito à política, procedimentos e controles internos, compatíveis com o porte da serventia, abordagem baseada no risco, nível do contato (canais) ou acesso a documentos de clientes”, reforçou.

Eduardo Calais, vice-presidente do CNB/CF falou ainda sobre o manual de PLD/FT que será publicado no site do CNB/CF em breve.

A íntegra da live está disponível no canal do Colégio Notarial do Brasil no Youtube. Assista: https://www.youtube.com/watch?v=QA4mxctK81U

Fonte: Colégio Notarial do Brasil.

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