STJ: DIREITO EMPRESARIAL. DUPLICATA MERCANTIL E ACEITE LANÇADO EM SEPARADO

O aceite lançado em separado da duplicata mercantil não imprime eficácia cambiária ao título. O aceite promovido na duplicata mercantil corresponde ao reconhecimento, pelo sacado (comprador), da legitimidade do ato de saque feito pelo sacador (vendedor), a desvincular o título do componente causal de sua emissão (compra e venda mercantil a prazo). Após o aceite, não é permitido ao sacado reclamar de vícios do negócio causal realizado, sobretudo porque os princípios da abstração e da autonomia passam a reger as relações, doravante cambiárias. Assim, na duplicata, quando o sacado promover o aceite no título, a dívida, que era somente obrigacional, passará também a ser cambiária, permitindo o acesso à via executiva, na medida em que nascerá um legítimo título executivo extrajudicial (art. 15, I, da Lei n. 5.474/1968). Em outras palavras, o aceite na duplicata mercantil transforma o comprador (relação de compra e venda mercantil a prazo) em devedor cambiário do sacador ou, ainda, do endossatário, caso o título tenha sido posto em circulação por meio do endosso. Cumpre ressaltar, ademais, que mesmo as duplicatas sem aceite podem possuir força executiva se protestadas e acompanhadas dos comprovantes de entrega de mercadorias, em não havendo recusa do aceite pelo sacado (art. 15, II, da Lei n. 5.474/1968). No que tange à forma do aceite, não há como afastar uma de suas características intrínsecas, que é o formalismo. Desse modo, esse ato deve ser formal e se aperfeiçoar na própria cártula, em observância ao que dispõe o art. 25 da Lei Uniforme de Genebra (Decreto n. 57.663/1966): “O aceite é escrito na própria letra. Exprime-se pela palavra ‘aceite’ ou qualquer outra palavra equivalente; o aceite é assinado pelo sacado. Vale como aceite a simples assinatura do sacado aposta na parte anterior da letra”, incidindo o princípio da literalidade. Não pode, portanto, o aceite ser dado verbalmente ou em documento em separado. Inclusive, há entendimento doutrinário nesse sentido. De fato, os títulos de crédito possuem algumas exigências que são indispensáveis à boa manutenção das relações comerciais. A experiência já provou que não podem ser afastadas certas características, como o formalismo, a cartularidade e a literalidade, representando o aceite em separado perigo real às práticas cambiárias, ainda mais quando os papéis são postos em circulação. Logo, o aceite lançado em separado à duplicata não possui nenhuma eficácia cambiária, mas o documento que o contém poderá servir como prova da existência do vínculo contratual subjacente ao título, amparando eventual ação monitória ou ordinária (art. 16 da Lei n. 5.474/1968). REsp 1.334.464-RS, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 15/3/2016, DJe 28/3/2016.

Fonte: STJ – Informativo de Jurisprudência nº. 0580 | Período: 2 a 13 de abril de 2016.

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CNB/SP disponibiliza cartilha sobre usucapião extrajudicial

A Comissão de Comunicação e Marketing do Colégio Notarial do Brasil – Seção São Paulo (CNB/SP), elaborou uma Cartilha de Procedimento – Ata notarial para usucapião extrajudicial.

Clique aqui e acesse o conteúdo.

Fonte: Anoreg/SP | 05/05/2016.

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CNB-SP publica enunciados sobre cobrança de emolumentos

O Colégio Notarial do Brasil – Seção São Paulo (CNB/SP) elegeu uma Comissão interna que ficou encarregada de analisar e apresentar sugestões de Enunciados relativos à cobrança de emolumentos, com o propósito de sua padronização.

Clique aqui para conhecer o resultado deste trabalho que agora é apresentado aos associados para, caso entendam necessário, encaminharem suas considerações ou sugestões.

As manifestações deverão ser enviadas até o dia 16 de maio de 2016 no e-mail enunciados@cnbsp.org.br, fazendo menção ao enunciado a que se referem, e caso haja proposta de alteração, sua nova redação.

Desde já esclarecemos que não haverá resposta aos e-mails por um questão de logística, mas que todas as opiniões serão considerada pela Comissão e Diretoria.

Finalizado esse prazo, haverá nova reunião da Comissão de Enunciados, juntamente com a Diretoria do CNB/SP, para definir a redação final e sistematização dos Enunciados.

Fonte: CNB/SP – Notariado | 06/05/2016.

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