Questão esclarece dúvida acerca de averbação de construção de imóvel urbano

Imóvel urbano. Averbação de construção. Área – “Habite-se” – CND do INSS – divergência

Nesta edição do Boletim Eletrônico esclarecemos dúvida acerca de averbação de construção de imóvel urbano. Veja nosso posicionamento sobre o assunto:

Pergunta: É possível a averbação de construção de imóvel urbano quando houver divergência entre a área constante no “Habite-se” e aquela constante na CND do INSS?

Resposta: A nosso ver, deve haver correspondência entre o documento expedido pelo INSS e a área constante no “habite-se”, documento expedido pela Municipalidade. Havendo divergência entre eles, entendemos que a averbação não pode ser realizada, devendo ser corrigido o documento que apresenta a inconsistência.

Finalizando, recomendamos sejam consultadas as Normas de Serviço da Corregedoria-Geral da Justiça de seu Estado, para que não se verifique entendimento contrário ao nosso. Havendo divergência, proceda aos ditames das referidas Normas, bem como a orientação jurisprudencial local.

Fonte: IRIB | 13/12/2016.

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CGJ/SP: Registro Civil de Pessoas Jurídicas – Averbação de distrato social – Negativa – Sob a alegação de que a interessada adotou, após alteração de seu contrato social, a forma de sociedade empresária – Competência, por isso, que seria da JUCESP – Negativa, contudo, também da JUCESP, sob o fundamento de que a atividade exercida não é empresarial – Sociedade que, simplesmente, não consegue encerrar formalmente suas atividades – Situação excepcional, que autoriza, também de forma excepcional, a averbação, a fim de que não se obrigue a interessada a recorrer à via jurisdicional – Registros públicos que não são um fim em si mesmo – Recurso provido.

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

CORREGEDORIA GERAL DA JUSTIÇA
Processo CG n° 1011827-26.2016.8.26.0100
(121/2016-E)

Registro Civil de Pessoas Jurídicas – Averbação de distrato social – Negativa – Sob a alegação de que a interessada adotou, após alteração de seu contrato social, a forma de sociedade empresária – Competência, por isso, que seria da JUCESP – Negativa, contudo, também da JUCESP, sob o fundamento de que a atividade exercida não é empresarial – Sociedade que, simplesmente, não consegue encerrar formalmente suas atividades – Situação excepcional, que autoriza, também de forma excepcional, a averbação, a fim de que não se obrigue a interessada a recorrer à via jurisdicional – Registros públicos que não são um fim em si mesmo – Recurso provido.

Excelentíssimo Senhor Corregedor Geral da Justiça,

Trata-se de pedido de providências, por meio do qual a interessada pretende a averbação de seu distrato social, que foi negada, porque a última alteração do contrato a transformou em sociedade empresária.

Por se tratar de sociedade empresária, o registro deveria ser aberto na JUCESP, assim como as posteriores averbações, inclusive do distrato. A sentença circundou esse entendimento. O recorrente esclarece que pretende, tão somente, encerrar formalmente suas atividades, averbando o distrato. E narra a situação difícil em que se encontra, ao ter o pedido negado, seja pelo Oficial do Registro Civil das Pessoas Jurídicas, seja pela JUCESP.

A D. Procuradoria de Justiça opinou pelo desprovimento do recurso.

É o relatório. OPINO.

A situação é, de fato, sui generis.

Conforme se vê da 7ª Alteração de Contrato Social, de fl. 14, a pessoa jurídica IMAGINAÇÃO IMAGEM E AÇÃO S/C LTDA alterou sua denominação para IMAGINAÇÃO-IMAGEM & AÇÃO LTDA, e sua natureza, para sociedade empresária.

É certo que, cuidando-se de sociedade empresária, sua inscrição deveria ser feita perante a Junta Comercial, onde, via de consequência, seriam averbadas eventuais alterações e, também, o distrato.

Ocorre que, ao tentar inscrever a empresa perante a JUCESP e, em seguida, averbar a 8ª Alteração do Contrato Social, a interessada teve seu pedido negado, sob o fundamento de que as atividades exercidas não eram empresariais.

A partir de então, a empresa viu-se no seguinte impasse: já não podia averbar as alterações contratuais no Registro Civil, dada a alteração de sua natureza; e não conseguia inscrever-se na JUCESP, por força do argumento acima.

Passou, com isso, a atuar de maneira irregular, o que levou os sócios a pleitear o fim da sociedade. E é por isso que desejam averbar o distrato social. Mas não conseguem fazê-lo, porque nenhuma das duas entidades – Registro Civil e JUCESP – aceita.

Ora, a situação não faz sentido. É necessário encontrar um meio de extinguir a sociedade, sem empurrá-Ia à via jurisdicional, que, no final das contas, faria nada mais do que decidir onde ela deve ser formalmente encerrada.

Tenho que, salvo melhor juízo de Vossa Excelência, a melhor interpretação seja a seguinte. É certo que, alterada a natureza jurídica da sociedade – que passou a ser empresária –, já não poderiam ser averbados atos perante o Cartório do Registro Civil. Por quê? Porque, conforme jurisprudência dessa Corregedoria Geral da Justiça, a partir desse momento, considera-se encerrado o registro civil da pessoa jurídica. Mas o que deseja a recorrente? Justamente encerrar o seu registro civil. Não vejo, dessa forma, razão para não se permitir a averbação. Repito: a pessoa jurídica será extinta; não se praticarão mais atos. Portanto, a averbação pretendida só virá a corroborar uma situação fática, já existente, perante o Registro Civil.

Os precedentes citados pelo Oficial não afastam essa conclusão. Trata-se de precedentes ligados à pretensão de averbação de balanço e de livros. Ou seja, atos que visavam à continuidade da sociedade e que, portanto, não deveriam mesmo ser averbados, à vista da alteração de sua natureza jurídica.

Aqui, o que pretende a recorrente é, apenas, formalizar seu distrato, averbando-o. Não é razoável enviá-la às vias ordinárias, emprestando-se maior prestígio ao formalismo dos registros do que à sua finalidade. O objetivo dos registros públicos, aqui, é trazer segurança jurídica ao meio social. Para tanto, eles são um meio, apenas; não um fim em si mesmo.

Pelo exposto, o parecer que respeitosamente submeto à elevada apreciação de Vossa Excelência é no sentido de se dar provimento ao recurso administrativo, permitindo-se a averbação do distrato.

Sub censura.

São Paulo, 03 de junho de 2016.

Swarai Cervone de Oliveira

Juiz Assessor da Corregedoria

DECISÃO: Aprovo o parecer do MM. Juiz Assessor da Corregedoria e, por seus fundamentos, que adoto, dou provimento ao recurso, permitindo a averbação do distrato. Publique-se. São Paulo, 06 de junho de 2016 – (a) – MANOEL DE QUEIROZ PEREIRA CALÇAS – Corregedor Geral da Justiça.

Diário da Justiça Eletrônico de 12.08.2016
Decisão reproduzida na página 98 do Classificador II – 2016

Fonte: INR Publicações – Boletim Eletrônico INR – Pareceres dos Juízes Auxiliares da CGJ Nº. 121/2016 – E | 13/12/2016.

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CGJ/SP: Registro de Imóveis – Alteração de convenção condominial – Averbação – Exigibilidade de reconhecimento das firmas dos condôminos presentes à assembleia – Art. 221, II, da LRP e Item 121, Capítulo XX, das NSCGJ – Verificação da observância dos quóruns de instalação da assembleia e aprovação da alteração da convenção que serve como orientação ao síndico, a evitar novos percalços – Desnecessária a apresentação cumulativa da ata da assembleia, com firmas reconhecidas, de solicitação formal de alteração da convenção, assinada por todos os condôminos que participaram da assembleia, com firmas reconhecidas, e teor integral da convenção, já com as alterações aprovadas, também com firmas reconhecidas – Inexigibilidade da apresentação de documentos em duas vias – Recurso desprovido.

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

CORREGEDORIA GERAL DA JUSTIÇA
Processo CG n° 1100603-36.2015.8.26.0100
(142/2016-E)

Registro de Imóveis – Alteração de convenção condominial – Averbação – Exigibilidade de reconhecimento das firmas dos condôminos presentes à assembleia – Art. 221, II, da LRP e Item 121, Capítulo XX, das NSCGJ – Verificação da observância dos quóruns de instalação da assembleia e aprovação da alteração da convenção que serve como orientação ao síndico, a evitar novos percalços – Desnecessária a apresentação cumulativa da ata da assembleia, com firmas reconhecidas, de solicitação formal de alteração da convenção, assinada por todos os condôminos que participaram da assembleia, com firmas reconhecidas, e teor integral da convenção, já com as alterações aprovadas, também com firmas reconhecidas – Inexigibilidade da apresentação de documentos em duas vias – Recurso desprovido.

Excelentíssimo Senhor Corregedor Geral da Justiça,

Trata-se de recurso interposto em face de r. sentença que indeferiu averbação de ata de assembleia condominial, em que aprovadas alterações na respectiva convenção. Alega o Sr. Oficial que o ato almejado carece: a) de reconhecimento da totalidade das firmas havidas na lista de presença; b) de verificação, na convenção registrada, dos quóruns de instalação e aprovação da alteração assemblear; c) da apresentação de expresso requerimento de alteração da convenção, assinado pelos mesmos condôminos que participaram da assembleia, com reconhecimento de firma, bem como da nova convenção, já com as alterações aprovadas, igualmente com reconhecimento das firmas dos condôminos; d) da apresentação de duas vias de cada documento necessário para a averbação. Tais exigências foram acatadas em primeiro grau.

Recorre o condomínio, sustentando a prescindibilidade do reconhecimento das firmas dos condôminos, bem como da apresentação de formal requerimento de alteração da convenção, ou do teor integral da convenção, já com as alterações aprovadas, defendendo bastar a apresentação da ata assemblear, acompanhada da lista de presença de condôminos, para que se possa aferir a observância dos quóruns de instalação e aprovação. Rechaça a necessidade de apresentação de dupla via para cada documento exigido. (FALTA)

O Ministério Público opinou pelo desprovimento do recurso.

É o relatório.

Consoante se verifica do art. 221, II, da Lei de Registros Públicos:

Art. 221 – Somente são admitidos registro:

II – escritos particulares autorizados em lei, assinados pelas partes e testemunhas, com as firmas reconhecidas, dispensado o reconhecimento quando se tratar de atos praticados por entidades vinculadas ao Sistema Financeiro da Habitação;

A alteração da convenção condominial amolda-se à hipótese versada, de tal arte que o reconhecimento de firma dos signatários da respectiva ata é de rigor para a qualificação. Note-se ser irrelevante, para este específico mister, o debate acerca da natureza do ato notarial. O só fato de se tratar, tecnicamente, de averbação, e não de registro, não torna prescindível o reconhecimento de firma. A uma, porque a inteligência que o impõe como elemento a aprimorar a segurança da veracidade do documento registrado é de todo aplicável às hipóteses de averbação, não havendo motivo para distinção. A duas, porque o item 122 do Capítulo XX das NSCGJ é expresso ao exigir reconhecimento de firma também para averbações no Registro Imobiliário:

122. As averbações serão feitas a requerimento dos interessados, com firma reconhecida, instruído com documento comprobatório fornecido pela autoridade competente, dispensado o reconhecimento de firma no requerimento quando for assinado perante o Registrador ou seu preposto. Eventual dificuldade decorrente do elevado número de condóminos é inerente à gestão de condomínios de tal magnitude.

Um dos problemas surgidos, neste particular, como se extrai da manifestação do Sr. Oficial, a fls. 80, é o fato de que alguns dos signatários da ata, na condição de condôminos votantes, sequer constam como proprietários de unidade condominial perante o Registro Imobiliário. Assim, e sem que, concomitantemente à ata, apresentem-se documentos que comprovem sejam titulares de unidade condominial, impossível aferir se tinham, de fato, legitimidade para votar as alterações propostas.

De outro bordo, a alusão à necessidade de se verificar a existência de regra específica que preveja quórum distinto do legal para validar a alteração da convenção não é propriamente exigência do Sr. Oficial, mas orientação ao Síndico, com vistas a evitar que, sanadas as demais falhas, fosse a inobservância do quórum qualificado, tratado nos artigos 26, §1°, da Convenção Condominial, e 1351 da Lei Civil, novo óbice à averbação.

Todavia, as exigências dos itens 2 e 4 da nota de fls. 4 não podem ser feitas cumulativamente. Despiciendo que o condomínio apresente a ata da assembleia condominial, com todas as firmas da lista de presença reconhecidas, ademais de requerimento formal de alteração da convenção, “assinado pelos mesmos condôminos que assinaram a lista de presença com firmas reconhecidas, bem como a nova convenção (alterada) assinada com as mesmas firmas reconhecidas”.

Para a averbação almejada, basta que se apresente, uma única vez, documentação comprobatória de que os quóruns de instalação da assembleia e de aprovação da alteração tenham sido observados, com identificação de quais sejam os condôminos presentes e qual o resultado final do escrutínio. Por óbvio, será necessário que conste da ata, igualmente, o preciso teor da alteração, com indicação das cláusulas modificadas e da nova redação de cada dispositivo. E, repise-se, é necessário, de fato, que as firmas dos condôminos presentes à assembleia sejam reconhecidas, como explicado há pouco.

Não obstante, de todo dispensável que, simultaneamente à ata com o teor aludido, acompanhada da lista de presença em que os votantes venham devidamente identificados, com reconhecimento das respectivas firmas, o condomínio apresente pedido formal de alteração da convenção, novamente com assinatura dos condôminos, com firmas reconhecidas, e, mais, a integralidade da nova convenção, já com as alterações providenciadas, com reconhecimento de firmas pela terceira vez.

Se o ato em questão tem natureza jurídica de averbação, é por servir de instrumento para modificação de registro previamente realizado, nos moldes do item 121 do Capítulo XX das NSCGJ. Se a convenção já está registrada, inexigível que se a reapresente integralmente, inclusive quanto à porção que nenhuma alteração sofreu.

Tampouco se compreende, e o Sr. Oficial não a esclareceu nas oportunidades que teve para tal, a razão para exigir que todos os documentos sejam apresentados em duas vias de igual teor, como exposto no item 5 de fls. 4. Basta a apresentação de uma única via, original, que ficará arquivada em cartório. A conveniência da manutenção da segunda via original da convenção é questão que só ao condomínio cabe analisar. Não se há, porém, de o obrigar a tanto.

Por todo o aduzido, o parecer que, respeitosamente, submeto à elevada apreciação de Vossa Excelência é no sentido de se negar provimento ao recurso administrativo.

Sub censura.

São Paulo, 5 de julho de 2016.

Iberê de Castro Dias

Juiz Assessor da Corregedoria

DECISÃO: Aprovo o parecer do MM. Juiz Assessor da Corregedoria e, por seus fundamentos, que adoto, nego provimento ao recurso administrativo. Publique-se. São Paulo, 07.07.2016. – (a) – MANOEL DE QUEIROZ PEREIRA CALÇAS – Corregedor Geral da Justiça.

Diário da Justiça Eletrônico de 12.08.2016
Decisão reproduzida na página 98 do Classificador II – 2016

Fonte: INR Publicações – Boletim Eletrônico INR – Pareceres dos Juízes Auxiliares da CGJ Nº. 142/2016 – E | 13/12/2016.

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