Aprovação de mudanças nas leis trabalhistas divide opiniões

A aprovação do projeto de lei que altera mais de 100 artigos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) na noite de ontem (11), pelo Senado, dividiu opiniões entre especialistas, entidades de classe e organizações sociais.

Enquanto o presidente Michel Temer disse que a aprovação das mudanças, por 50 votos a 26, é uma “vitória do Brasil na luta contra o desemprego”, a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) reafirmou que a iniciativa trará “prejuízos irreparáveis ao país e incontáveis retrocessos sociais”.

Em nota, o presidente da Anamatra, Guilherme Feliciano, disse que as mudanças, já aprovadas na Câmara dos Deputados, não gerarão empregos, não aumentarão a segurança jurídica, nem diminuirão a litigiosidade judicial, mas afetarão a independência técnica dos juízes, com dispositivos como a limitação pecuniária das indenizações por danos morais com base nos salários dos trabalhadores.

“Ele [o projeto aprovado] catapulta os conflitos trabalhistas, fomenta a migração para contatos precário e induz à recessão”, afirmou Feliciano sobre o projeto de lei de autoria do Poder Executivo.

Já a Confederação Nacional da Indústria (CNI), que reúne mais de mil sindicatos patronais e quase 600 mil empresas, aprovou as mudanças na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e disse que as alterações prestigiam o diálogo entre patrões e empregados, representados por seus sindicatos, e contribuirão para harmonizar as relações trabalhistas no país, assegurando o reconhecimento de instrumentos coletivos de negociação, que passam a ter força de lei.

“A valorização do papel da negociação coletiva, reconhecido pelo Estado, dá força aos personagens principais do mundo do trabalho – empresas e trabalhadores – para que pactuem rotinas e condições de trabalho específicos à realidade em que estão inseridos”, destacou o presidente do Conselho de Relações do Trabalho da CNI, Alexandre Furlan. Segundo Furlan, não há perda ou redução de “direitos assegurados e alçados ao patamar constitucional”. Ele ressaltou que a negociação coletiva, além de prevista na Constituição Federal, já é uma prática comum no Brasil, embora, muitas vezes, acordos e convenções trabalhistas legitimamente negociados sejam anulados judicialmente, criando um quadro de insegurança jurídica.

A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) manifestou apoio às mudanças na legislação trabalhista, considerando-as “um importante passo para a modernização das relações de trabalho no Brasil”.”As reformas são necessárias para que nossa economia recupere a capacidade de crescer e gerar empregos”, diz a entidade, que lembra a a necessidade de outras mudanças, mas amplas, como a da Previdência Social.

“Também é imprescindível uma agenda de reformas que promova a reavaliação profunda do papel do Estado, com o objetivo de aumentar a participação do setor privado em vários setores; aprofunde o ajuste fiscal, por meio de reforma tributária que mire uma carga de impostos mais racional e justa e estimule os investimentos em infraestrutura, suportados por fontes de financiamento diversificadas e majoritariamente privadas”, acrescenta a Anbima. A entidade diz, porém, que esta é uma “agenda difícil, que exigirá muito debate”.

Para Miguel Torres, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos, vice-presidente da Força Sindical e presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, as mudanças vão beneficiar somente as empresas e patrões, induzindo o país à recessão econômica. Torres disse que as mudanças rebaixarão salários e ampliarão a rotatividade da mão de obra. “Sempre é o mais fraco que acaba perdendo. Uma bola de neve que irá ter efeito negativo na economia nacional, que ainda está na UTI [unidade de terapia intensiva]”.

A Central Única dos Trabalhadores (CUT), por sua vez, divulgou nas redes sociais mensagem em que promete continuar lutando contra as novas regras trabalhistas, que ainda têm que ser sancionadas pelo presidente Michel Temer.

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, disse que a aprovação das mudanças na CLT é “uma vitória da sociedade e do Brasil”. “Todos os direitos consagrados dos trabalhadores permanecem sem nenhuma alteração. Por exemplo, 30 dias de férias anuais, 13º salário, FGTS [Fundo de Garantia do Tempo de Serviço], descanso semanal remunerado, entre outros. Além disso, novas formas de emprego serão geradas”, afirmou Skaf. Para Skaf, o país “está maduro para viver uma nova forma de relação entre trabalhadores e empregadores, positiva para todos” e cobrando mudanças tributárias, na Previdência e na política.

Trabalhadores também divergem

Pesquisa realizada pela empresa de recrutamento e seleção Vagas.com mostra divergência também entre os trabalhadores quanto aos efeitos das mudanças na CLT. Metade dos entrevisltados consideram a reforma trabalhista ruim ou péssima. A outra metade divide-se entre 41% que acharam as propostas boas ou muito boas, 6% que as consideravam indiferentes e 3% que não souberam opinar. Entre os pontos mais mal avaliados pelos 3.011 internautas que responderam ao questionário disponibilizado no site da empresa estão a possibilidade de redução de salários; o trabalho intermitente e a terceirização em qualquer atividade.

Sobre conhecimento do tema, apenas 12% responderam que conheciam a proposta na íntegra; 3% desconheciam o assunto e a maioria (85 %) que sabia pouco a respeito das propostas de mudança.

Uma consulta pública aberta no site do Senado e encerrada hoje (12) obteve resultado diferente. Dos 188.952 internautas que responderam à pergunta sobre o apoio à proposta de alteração da CLT, 172.163 disseram que não e 16.789 afirmaram que sim.

Fonte: EBC Agência Brasil | 12/07/2017.

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Brasileiros participam do XXX Encontro do Comitê Latinoamericano de Consulta Registral na Costa Rica

Evento aconteceu de 3 a 7 de julho, na cidade de San José. A diretora Social do IRIB, Naila Khuri, foi convidada para tratar da regularização de terras em áreas de proteção

Durante toda a semana passada, a capital da Costa Rica, San José, recebeu congressistas de vários países da América Latina para o XXX Encontro do Comitê Latinoamericano de Consulta Registral, no Hotel Crowne Plaza Corobicí. Essa foi a quarta vez em que o país recebeu o evento, que teve como objetivo discutir a analisar assuntos relacionados à publicidade registral, além de promover um intercâmbio de experiências.

O Encontro, promovido pelo Registro Nacional – República de Costa Rica, reuniu registradores e profissionais da área registral dos países que formam o Comitê Latinoamericano de Consulta Registral: Argentina, Brasil, Bolívia, Colômbia, Costa Rica, Chile, Cuba, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Puerto Rico, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.

Na oportunidade, a registradora de imóveis em Votorantim/SP e diretora Social do IRIB, Naila de Rezende Khuri, representou o Instituto no evento. Em sua palestra, abordou o tema “Regularização de terras em áreas ambientalmente protegidas”.  Integrante da Comissão do Pensamento Registral Imobiliário (CPRI), Naila demonstrou como se dá, no sistema registral brasileiro, a regularização fundiária em áreas de preservação permanente, com abordagem do conflito entre o direito à moradia e o meio ambiente sadio. A palestrante também destacou o novo instituto da legitimação fundiária e a função social do registrador de imóveis.

O registrador de imóveis em Campo Novo do Parecis, no Mato Grosso, José de Arimatéia Barbosa, palestrou sobre o papel socioambiental do Registro de Imóveis brasileiro, propondo uma reflexão entre o desenvolvimento urbano e as questões ambientais. Tratou, ainda, dos regimes jurídicos que se aplicam aos terrenos de marinha e aos territórios indígenas. A programação da 30ª edição do Encontro discutiu, ao longo de 5 dias, aspectos dentro do “Princípio do registro”, “Registro da propriedade. Modernização”, “Fólio real” e “Outros registros e suas finalidades”.

Avaliação

A registradora Naila Khuri considerou que a 30ª edição do Encontro foi relevante e bastante produtivo. “Tivemos a oportunidade de conhecer e trocar experiências a respeito de outros sistemas registrais, em especial, tendo em conta que as dificuldades enfrentadas pelos países latinoamericanos têm muitos pontos de contato. Os colegas brasileiros que participaram do evento estão entusiasmados para outros encontros como forma de aprofundar o estudo dos sistemas registrais.

Substituto do 1º Ofício da 2ª Zona da Serra Bruno do Valle, em sua avaliação, disse que o Encontro na Costa Rica, além de muito organizado, foi altamente enriquecedor. “A programação, que abordou assuntos dentro de cinco temas gerais (princípio de trato sucessivo, Registro de Propriedade e a modernização, Fólio real, outros registros  e finalidades e Integração de registros), nos permitiu conhecer a realidade de muitos países latinoamericanos.

Também formaram a comitiva brasileira os registradores imobiliários Antônio Carlos Carvalhaes (São Carlos/SP), Nafé de Jesus de Oliveira (Colorado do Oeste/RO) e o desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul Décio Antônio Erpen.

Fonte: IRIB | 13/07/2017.

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CNJ: Cursos gratuitos e on-line do CNJ serão reabertos em agosto

Somente este ano, 12.717 pessoas concluíram cursos na modalidade on-line ofertados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Os conteúdos foram desenvolvidos pelo Centro de Formação e Aperfeiçoamento do Poder Judiciário (CEAJud) do órgão e, desde 2014, são oferecidos gratuitamente à população. Os próximos cursos na modalidade à distância (EaD) estarão disponíveis em agosto.

Entre as matérias mais procuradas pelos alunos está a de Improbidade Administrativa, que, apenas no primeiro semestre, contou com 3.233 inscrições. As aulas específicas sobre o Poder Judiciário e o Papel do CNJ atraíram 1.105 interessados e o conteúdo sobre Gestão Documental no Poder Judiciário, 599. Além desses, o CNJ também oferece cursos à população sobre Gestão da Qualidade, que teve 708 participantes no primeiro semestre; Gestão do Conhecimento (334); Metodologia de Análise e Solução de Problemas (1.383) e o Novo Acordo Ortográfico (1.117).

Parentalidade

O curso com mais alto índice de participação do CNJ é a Oficina de Parentalidade. Só este ano, foi feito por 4.238 pessoas. O conteúdo tem formato autoinstrucional (não possui tutor), linguagem acessível e muitos recursos visuais, alternando textos, vídeos, depoimentos e filmes. Desenvolvido pela juíza Vanessa Aufiero, da 2ª Vara de Família de São Vicente, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), o curso tem como objetivo ajudar pais e filhos a superarem conflitos comuns que ocorrem na família durante a fase da separação.

Diferentemente dos demais cursos ofertados, a Oficina de Parentalidade fica disponível ininterruptamente no portal do CNJ. No ano passado, dos 7 mil alunos que participaram e responderam ao questionário de avaliação, 94% disseram que o conteúdo ajudou a cuidar melhor do filho e 98,4% afirmaram entender a importância da presença do pai e da mãe na criação do filho. Caso tenha interesse em conhecer o curso, acesse aqui. Para acessar a Oficina de Parentalidade, basta preencher um formulário on-line.

Os cursos abertos à população estão de acordo com a Resolução n. 111/2010, do CNJ, que criou o Centro de Formação e Aperfeiçoamento do Poder Judiciário (CEAJud). A missão do Centro é coordenar e promover, com os tribunais, educação corporativa dos servidores do Poder Judiciário e o desenvolvimento das competências necessárias ao aperfeiçoamento dos serviços judiciais.

Caso encontre problemas para inscrever-se no curso, entre em contato com o CEAJud pelo email ceajud@cnj.jus.br.

Fonte: CNJ | 11/07/2017.

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