STJ: Amor compartilhado – morando com pai e mãe depois da separação

Mesmo antes da edição da lei que regulamentou a guarda compartilhada, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) já decidia em favor do convívio da criança com ambos os pais separados. O conceito surgiu no ordenamento jurídico nacional em 2008, com a Lei 11.698, e foi posteriormente aperfeiçoado pela edição da Lei 13.058/14.

Uma das posições adotadas pelo STJ é a ideia de que, na falta de acordo, mesmo havendo clima hostil entre os pais, o convívio da criança com ambos deve ser determinado pelo juiz – salvo quando comprovada no processo sua absoluta inviabilidade.

Não foi preciso tanto para Ceci do Espírito Santo e Pedro Henrique Garcia, um casal de Brasília cujo divórcio, em 2009, ocorreu de forma amigável. Desde o início houve disposição mútua para dividir o convívio e as responsabilidades com os filhos Diego e Rafael, hoje com 18 e 16 anos, respectivamente. Só não sabiam exatamente como isso poderia ser feito.

O regime de guarda precisaria ser homologado judicialmente, e a ideia de filhos morando um tempo aqui, outro ali, fazia lembrar o sistema de guarda alternada, caracterizado por períodos longos e repudiado pela jurisprudência.

Presença paterna

Quando decidiu pela separação, uma das maiores preocupações do casal era em relação à guarda dos filhos, que, à época, tinham nove e sete anos. A recente previsão legal de guarda compartilhada andava sujeita a muitas controvérsias e incertezas. Ceci e Pedro contam que, por razões culturais ainda referendadas pela Justiça, era muito forte a tendência de atribuir preferência às mães.

“Apesar desse forte aspecto, sempre tive consciência da importância da participação constante da figura paterna na vida das crianças, motivo pelo qual optamos por adotar um modelo que permitisse aos meninos conviver com os dois. A guarda compartilhada foi o que melhor se adequou a esse pensamento”, explica Ceci.

No STJ, a ministra Nancy Andrighi foi relatora do processo em que se estabeleceram as principais balizas da jurisprudência sobre o assunto. Ela destacou a importância da mudança de paradigma para vencer “a ideia reinante de que os filhos, de regra, deveriam ficar com a mãe, restringindo-se a participação dos pais a circunstâncias episódicas que, na prática, acabavam por desidratar a legítima e necessária atuação do cônjuge que não detinha a custódia física – normalmente o pai –, fazendo deste um mero coadjuvante na criação dos filhos”.

Pedro confirma que, à época, ouviu críticas e comentários desanimadores vindos de pessoas próximas: “Confesso que cheguei a ficar com dúvidas sobre a efetividade da guarda compartilhada, afinal, era o futuro dos meus filhos que estava sendo decidido”.

Após nove anos, e com os meninos já praticamente criados, os resultados da experiência cuidaram de apagar qualquer sombra daquelas dúvidas iniciais.

Compreensão e flexibilidade

Ceci conta que, ao tempo do divórcio, a jurisprudência que se formava pesou muito para decidir como seria a guarda dos meninos. “O juiz se embasou em posicionamentos jurisprudenciais para fundamentar a decisão que determinou a guarda compartilhada”, lembra.

A rotina se estabeleceu da seguinte maneira: os filhos trocam de casa toda segunda-feira, e em ambas as residências cada um tem seu quarto. Na semana em que ficam na casa da mãe, o pai tenta estar presente de alguma maneira, para não passar muito tempo sem ver os filhos, e vice-versa. “Na semana em que estão na casa do pai, eu costumo almoçar com eles no mínimo dois dias, ou, se a rotina estiver apertada, pelo menos buscá-los na escola e deixá-los em casa”, detalha Ceci.

Nesses nove anos, muita coisa foi se ajustando. Segundo ela, o sucesso do modelo depende da compreensão e da flexibilidade dos envolvidos. Um exemplo foi quando, por descuido, marcou uma viagem com as crianças na data de comemoração do Dia dos Pais. “O Pedro foi muito compreensivo e entendeu que o benefício da viagem para os meninos compensaria a ausência deles na data. A nosso ver, o bem-estar deles sempre vem primeiro”, diz Ceci.

Esse é o entendimento do STJ, que prioriza o interesse da criança ao eleger a guarda compartilhada como o modelo mais benéfico para suas necessidades. A jurisprudência considera a alternância de lares uma decorrência lógica desse modelo.

Regras fundamentais

“A ausência de compartilhamento da custódia física esvazia o processo, dando à criança visão unilateral da vida, dos valores aplicáveis, das regras de conduta e todas as demais facetas do aprendizado social”, afirmou a ministra Nancy Andrighi, para quem a alternância de lares é a efetiva expressão da guarda compartilhada.

Pedro credita a efetividade do modelo a um fator que depende do esforço mútuo dos pais: as regras das casas. “Decidimos que adotaríamos as mesmas regras para ambas as casas, principalmente para fatores como horário de dormir e alimentação. Nosso objetivo era evitar que eles tomassem partido por aquela casa que possuísse regras eventualmente mais favoráveis a seus interesses de criança, como onde poderiam comer mais guloseimas ou onde não houvesse horários determinados para a realização de tarefas escolares.”

Hoje, Diego e Rafael já estão com o pé na porta de entrada de sua vida adulta. Daqui para a frente, caberá a eles decidir onde vão morar. Ao que tudo indica, a opção será por continuar aproveitando o amor que tanto o lar da mãe quanto o do pai têm a oferecer.

Fonte: STJ | 09/12/2018.

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Rainey Marinho é eleito presidente do IRTDPJBrasil

O Instituto de Registro de Títulos e Documentos e de Pessoas Jurídicas do Brasil (IRTDPJBrasil) realizou no último sábado (08.12) sua assembleia geral de eleição da nova diretoria executiva da entidade. A chapa “União e Consenso” foi escolhida por aclamação para comandar o Instituto pelo triênio de 2019-2021, com o oficial do 2º Ofício de Registro de Títulos e Documentos e Civil de Pessoas Jurídicas de Maceió, Rainey Barbosa Alves Marinho, sendo eleito como seu novo presidente.

Em discurso durante a assembleia, Marinho agradeceu a confiança de todos e conclamou a classe a caminhar junto com a nova diretoria. “Fico gratificado com a honra de, nos próximos três anos, junto com os colegas de diretoria, conduzir o nosso IRTDPJBrasil e desenvolver um trabalho de acordo com os anseios da classe. Peço que todos os registradores de RTDPJ entendam que sozinhos não podemos fazer nada. Precisamos percorrer o Brasil e agregar a classe de forma integral em torno de projetos que irão nos fortalecer. Agradeço a confiança e que Deus comande os nossos destinos”, afirmou.

Para iniciar sua gestão, Marinho pretende realizar uma reunião com a nova diretoria da entidade já no início de 2019. “O mês de janeiro já será de muito trabalho. Queremos fazer junto com toda a diretoria um planejamento estratégico para os próximos três anos porque é fundamental para qualquer entidade ter um planejamento estratégico, no intuito de se dar andamento a todos os projetos”, explicou ainda.

“A sociedade está mudando e têm outras necessidades, relacionadas principalmente à tecnologia e acredito que o Registro de Títulos e Documentos se encaixa a essas necessidades – e o RTD precisa se inserir nesse processo eletrônico. Dessa forma, vamos tentar implementar, cada vez mais, a conectividade entre os cartórios, e fazer com que a população converse com as serventias pelos meios eletrônicos”, disse Marinho sobre suas prioridades como presidente.

Titular do 2º Ofício de Registro e Documentos e de Pessoas Jurídicas de Alagoas, Rainey Barbosa Marinho já soma 30 anos de carreira cartorária. Além de passar a comandar o IRTDPJBrasil, o registrador já atua como presidente da Associação dos Notários e Registradores do Estado de Alagoas (Anoreg/AL), como vice-presidente da Confederação Nacional dos Notários e Registradores, além de ser membro da Academia Maceioense de Letras.

Além da nova diretoria executiva, o Instituto de Registro de Títulos e Documentos e de Pessoas Jurídicas do Brasil (IRTDPJBrasil) também elegeu o seu novo conselho fiscal.

Diretoria Executiva
Presidente: Rainey Marinho
Vice-presidente: Rodolfo Pinheiro de Morais
1º secretário: Onivaldo Moisés Mariani
2º secretário: Pérsio Brinckmann Filho
1º tesoureiro: Francisco Cláudio Pinto Pinho
2º tesoureiro: Júlia Vidigal

Conselho Fiscal
Glória Alice Ferreira Bertoli
Sônia Maria Andrade dos Santos
Paulo Roberto de Carvalho Rêgo

Fonte: Anoreg/BR.

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Audiência vai discutir implantação das placas de veículos no padrão do Mercosul

A Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados realiza hoje uma audiência pública para discutir a implantação das novas placas de veículos no padrão do Mercosul. Até o fim do ano, as novas placas já serão obrigatórias em todos os estados, mas apenas para carros novos ou outras situações em que já seria necessário substituir a placa.

A deputada Christiane de Souza Yared (PR-PR), uma das autoras do requerimento para realização do debate, disse que alguns parlamentares vêm recebendo muitos e-mails de emplacadores insatisfeitos com o processo de credenciamento para as novas placas.

“Nos causa estranheza que bem poucas estão conseguindo se cadastrar. Quatro, cinco, às vezes uma no estado. Veio pedido do País inteiro. Encheram de pedidos nossas redes sociais, vieram e-mails em uma quantidade gigantesca pedindo para a gente olhar, porque alguma coisa pode estar errada”, relatou ela.

No Mercosul, Argentina e Uruguai já adotam as novas placas. Faltam, então, Brasil e Paraguai. As placas do Mercosul são brancas e azuis, com o nome e a bandeira do país e o emblema do Mercosul. Elas têm quatro letras e três números e um QR Code que trará maior segurança contra a clonagem de veículos.

No começo do mês, as placas se tornaram obrigatórias no Rio de Janeiro e até hoje entram Amazonas, Espírito Santo, Goiás, Pernambuco e Rondônia. O restante do País terá até o último dia do ano para se adaptar.

Convidados

Foram convidados para discutir o assunto com os parlamentares:
– o diretor do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), Maurício Jose Alves Pereira;
– o chefe da Divisão de Fiscalização de Trânsito e Transporte da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Antoneil Alves de Lima;
– a presidente da Comissão de Trabalhos da Federação Brasileira de Identificação Veicular (Febraive), Andrea Alenz;
– o presidente da Federação Nacional dos Despachantes de Trânsito (Fenadesp), Everton Calamucci;
– o presidente da Associação Nacional de Estampadores de Placas para Veículos, Ivanio Inacio da Silva; e
– o presidente do Conselho Federal dos Despachantes Documentalistas do Brasil, Gilberto Alvin Freitas.

A audiência ocorrerá às 14 horas, no plenário 11.

 

Fonte: Agência Câmara Notícias | 11/12/2018.

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