CNJ: Corregedoria consolida ajustes no cadastro de adoção

A Corregedoria Nacional de Justiça realiza até esta sexta-feira (25/8), em Brasília/DF, workshop sobre a proteção integral da infância e juventude. O evento é o último de uma série de debates realizados nas cinco regiões do país para reformular os cadastros nacionais de adoção e de acolhimento.

Juízes, promotores e servidores da Justiça que atuam com o tema na Região Centro-Oeste e no Estado do Tocantins, além de trabalhadores da área da adoção e acolhimento, estão reunidos no auditório do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para discutir mudanças nos sistemas geridos pelo Poder Judiciário por meio dos quais crianças e adolescentes são adotados por famílias e, quando necessário, acolhidos pelo Estado.

Na abertura do workshop, na manhã de quinta-feira (24/8), o corregedor nacional de Justiça, ministro João Otávio de Noronha, enfatizou a participação dos juízes das varas da infância na construção dos novos cadastros. “É fundamental que tenhamos dados seguros, que possam subsidiar as decisões dos magistrados. Com este evento, vamos finalizar as propostas de melhoria nos cadastros. Assim, as crianças podem ser verdadeiramente agregadas ao seio familiar e ter oportunidades de serem jovens universitários no futuro”, afirmou Noronha.

Presente à cerimônia de abertura, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministra Cármen Lucia, ressaltou a importância da reformulação dos cadastros nacionais. “Adoção é um tema especial. E por assim ser, o ministro Noronha se comprometeu e assumiu a responsabilidade de transformar o Cadastro Nacional de Adoção, que foi concebido para que houvesse igualdade entre os adotantes e que não tivesse a burocracia como óbice. Uma sociedade que não acalenta suas crianças é uma sociedade sem comprometimento com o futuro”, disse a ministra.

Cuidado 

A ministra ressaltou ainda que o Poder Judiciário tem um “olhar diferente” sobre as políticas de adoção, porque lida diretamente com as crianças e conhece os débitos sociais acumulados por elas. Concluiu sua fala com um apelo aos demais integrantes do sistema de Justiça presentes ao auditório. “Que sejamos capazes de atuar como semeadores nos canteiros da Justiça, para que o país seja uma grande primavera para essas crianças, e não um verdadeiro inverno”, disse.

Participaram da mesa de abertura o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Benedito Gonçalves, o presidente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, desembargador Mário Machado, o presidente da Associação Brasileira dos Magistrados da Infância e da Juventude (Abraminj), juiz Renato Rodovalho, e o secretário-executivo do Ministério dos Direitos Humanos, Johannes Eck. Também participaram da solenidade conselheiros do CNJ, Carlos Levenhagen, Rogério Nascimento e Maria Tereza Uille, ministros de Tribunais Superiores e magistrados da área da infância e juventude.

Protagonismo da magistratura

Nascidas da iniciativa de magistrados engajados com a proteção dos direitos das crianças e dos adolescentes, duas boas práticas também foram apresentadas na manhã de quinta-feira (24/8) no workshop da Corregedoria Nacional de Justiça: um projeto do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que forma adolescentes vulneráveis socialmente entre 14 e 18 anos para o mercado de trabalho e a experiência do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) de humanizar o tratamento de presas que são mães no sistema carcerário.

O projeto do TST teve origem quando, ao final de uma conferência sobre os direitos da criança e do adolescente, em 2010, uma menina entregou uma cópia do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) ao ministro do TST, Le             lio Bentes, que mais tarde seria conselheiro do CNJ; “Além de me dar o livro, ela me cobrou a aplicação do ECA”, lembrou o ministro, que deixou o evento preocupado com a responsabilidade social da magistratura com essa parcela da sociedade. Dois anos depois, o TST adotara a ideia de formar adolescentes – inclusive jovens que cometeram ato infracional e cumprem medida socioeducativa – na faixa etária de maior evasão escolar (14 a 17 anos, de acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância  –  Unicef).

A primeira turma do projeto transformou quatro jovens em situação econômica desfavorável em estudantes universitários. Três alunos foram aprovados em vestibulares de universidades privadas, nos cursos de Arquitetura, Educação Física e Direito. O outro foi aprovado na Universidade de Brasília, onde foi cursar Fisioterapia. “Quando a turma começou, nenhum dos 23 alunos  queria fazer faculdade, pois consideravam que o ensino superior ‘não era para eles’”, informou Lelio Bentes. Até hoje, cerca de 120 alunos já foram formados em diversas atividades profissionalizantes. Os alunos formados trabalham em metade dos 27 gabinetes dos ministros do TST.

Sistema prisional

Para apresentar o projeto do TJGO “Amparando Filhos” no workshop, o conselheiro do CNJ, Norberto Campelo, lembrou o caso de um menino de 10 anos que foi morto durante tiroteio com a Polícia após furtar um carro, em setembro de 2016 em São Paulo. O garoto morava no Serviço de Acolhimento Institucional para Crianças e Adolescentes, pois seus pais eram presidiários. “Se programas como o do TJGO existissem há mais tempo, como políticas públicas nacionais, teríamos evitado mais essa tragédia”, afirmou.

O projeto idealizado pelo juiz do TJ de Goiás, Fernando Augusto Chacha de Rezende, surgiu a partir de um diagnóstico da população carcerária feminina de Goiás. Das 674 mulheres presas no estado, 518 eram mães de 1.327 filhos. Em muitos relatos delas, foi identificado o sentimento de vergonha das presidiárias em receber seus filhos em ambientes tão inadequados, como os pátios e as celas de presídios. O mal-estar manifestado resultou na criação de espaços próprios nas unidades prisionais goianas para melhorar o convívio entre mães e filhos, vital para um crescimento saudável.

“Uma assistente social chegou a ouvir de um filho de presidiária que ele se considerava um ‘menor infrator’, mesmo sem ter cometido ato infracional algum, apenas devido ao fato de ser filho de uma pessoa cumprindo pena”, lembrou o conselheiro Norberto. Hoje o projeto está implantado em 13 comarcas, onde 224 presas são atendidas. Indiretamente, os 605 filhos e as 1,2 mil famílias dessas mulheres são amparados pela inciativa, em fase de expansão nacional. O TJ do Acre e o TJ do Pará já adotaram iniciativas semelhantes em algumas de suas comarcas e os tribunais de Justiça do Rio Grande do Sul e do Piauí estudam implantar o projeto.

Debates

O  evento em Brasília é o quinto de uma série de encontros organizados pela Corregedoria Nacional de Justiça em 2017. O primeiro workshop aconteceu em Maceió, em abril. O segundo foi realizado no Rio de Janeiro, em maio. Belém sediou o terceiro evento, em junho, e o quarto aconteceu, no início de agosto. Acesse aqui a programação do evento atual.

Fonte: CNJ | 24/08/2017.

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Comissão fixa regra para convocação de comissão de representantes em incorporações imobiliárias

A Comissão de Defesa do Consumidor aprovou proposta que visa tornar mais efetiva a comissão de representantes nas incorporações imobiliárias. O texto altera a Lei 4.591/64, que trata do condomínio em edificações e das incorporações imobiliárias.

Hoje, a norma prevê que uma comissão de representantes dos adquirentes será designada no contrato de construção, de incorporação ou eleita em assembleia para representar os adquirentes em tudo o que interessar ao bom andamento da obra, ou para praticar os atos relacionados com o chamado patrimônio de afetação.

Para tornar mais efetivo o funcionamento da comissão, a proposta prevê regra de convocação para que os adquirentes possam acompanhar o andamento da obra de acordo com a previsão contratual.

Projeto original
O texto aprovado é o substitutivo do relator, deputado Celso Russomanno (PRB-SP), ao Projeto de Lei 5092/13, do ex-deputado Wellington Fagundes, que tem como objetivo tornar obrigatória a instituição de patrimônio de afetação – hoje facultativo – pelas incorporações imobiliárias.

A figura jurídica do patrimônio de afetação estabelece que os terrenos e as acessões objeto de incorporação imobiliária, bem como os demais bens e direitos a ela vinculados, serão mantidos apartados do patrimônio do incorporador e constituirão patrimônio de afetação, destinado à consecução da incorporação e à entrega das unidades imobiliárias aos adquirentes.

O relator entendeu, porém, que a obrigatoriedade da instituição de patrimônio de afetação para todas as incorporações e empreendimentos de parcelamento do solo poderia ter um efeito inverso e prejudicar os consumidores brasileiros.

“As pequenas e médias empresas da construção civil terão grande dificuldade de adaptar seus modelos de negócios a essa nova exigência, com procedimentos burocráticos complexos e onerosos”, disse. “Deve-se, portanto, prestigiar a autorregularão do mercado, nessa situação”, completou.

Regra de convocação
Celso Russomanno preferiu, portanto, aperfeiçoar a figura da comissão de representantes prevista na Lei 4.591/64. Hoje a lei determina que o registro da incorporação será válido pelo prazo de 120 dias. Terminado o prazo, se o registro ainda não se houver concretizado, o incorporador só poderá negociar unidades depois de atualizar a documentação, revalidando o registro por igual prazo.

Pela regra prevista no substitutivo, decorrido esse prazo fixado na lei, se a obra estiver sujeita ao patrimônio de afetação, o incorporador deverá:
– proceder à convocação da assembleia de adquirentes visando à constituição da comissão de representantes; e
– quando houver financiamento destinado à produção, dar ciência à instituição financeira da constituição da comissão de representantes e convocá-la para as reuniões, por meio de correspondência com aviso de recebimento, facultado o seu comparecimento da instituição às reuniões.

Tramitação
Como foi rejeitado pela Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio, o projeto perdeu o caráter conclusivo por ter tido pareceres divergentes nas comissões de mérito. Agora, deverá ser analisado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania e pelo Plenário.

Fonte: Agência Câmara Notícias | 21/08/2017.

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Ministério dos Direitos Humanos organiza livro sobre os avanços na erradicação do Sub-registro Civil

Como parte das comemorações dos 10 anos do Compromisso Nacional pela Erradicação do Sub-registro Civil de Nascimento e Ampliação do Acesso à Documentação Básica (Decreto 6.289/2007), que será celebrado em dezembro próximo, a Coordenação-Geral de Promoção do Registro Civil de Nascimento do Ministério dos Direitos Humanos está organizando um livro sobre as ações e avanços realizados durante o período.

A publicação trará textos demonstrando o que foi realizado nos últimos 10 anos a partir das perspectivas da organização da política, dos resultados alcançados e das expectativas e desafios futuros. Por meio de um chamado público, o Ministério dos Direitos Humanos está convidando colaboradores de referência da temática para contribuírem com artigos que reflitam os trabalhos desenvolvidos em âmbito municipal, estadual e nacional.

Os artigos podem ter até 10 mil palavras e serem assinados individualmente, por coletivos ou instituições. Os temas também precisam ter como base um dos três eixos norteadores da publicação:

  • A estruturação da política de erradicação do sub-registro civil de nascimento e ampliação do acesso à documentação básica, que contempla assuntos como a formação, o funcionamento e a institucionalização dos comitês gestores; as unidades interligadas; a qualificação e a sistematização de dados; a sustentabilidade para as ações de RCN e DB (recursos financeiros e materiais); a legislação e a institucionalização da política; e os convênios e parcerias;
  • A mobilização pelo RCN e DB. Destinado a assuntos como os programas, os projetos e as campanhas; os mutirões de atendimento e outras estratégias; os fluxos de atendimento; e os relatos de experiências de atendimento ao público;
  • E as experiências com grupos e populações tradicionais e específicas (povos indígenas, comunidades quilombolas, povos ciganos, demais povos e comunidades tradicionais, trabalhadoras rurais, população em situação de rua, população em situação de privação de liberdade e população LGBT).

Para participar, é necessário manifestar interesse até o dia 10 de setembro, pelo e-mail rcn_cidadania@sdh.gov.br ou pelo telefone (61) 2027.3445.  O prazo final para o envio dos textos é dia 20 de setembro.

Veja abaixo as demais diretrizes para envio do artigo.

  • Fonte Times New Roman, tamanho 12, espaçamento entre linhas 1,5, margens superior e inferior de 2,5 cm e laterais de 3,0cm;
  • Os artigos devem ser acompanhados de resumo em português, de até 150 palavras, que permita uma visão global e antecipada do assunto tratado, e de três palavras-chave (descritores) que identifiquem o seu conteúdo;
  • Tabelas, quadros, gráficos e notas de rodapé devem limitar-se a ilustrar conteúdo substantivo do texto. Notas devem ser devidamente numeradas e constar no pé da página;
  • Citações de autores no corpo do texto deverão seguir a forma (Autor, data). Referências devem ser listadas ao final do trabalho, em ordem alfabética, observadas as normas da ABNT;
  • Os artigos devem ser encaminhados em formato: docx, .doc, .rtf, .txt, .odt, .odf.
  • Arquivos com imagens devem ser enviados em alta resolução.

Fonte: Anoreg/SP – Anoreg/BR | 25/08/2017.

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