STJ: Tribunal conclui que guarda de menor não deve ser confundida com a adoção

A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou um pedido de reconhecimento de vínculo parental afetivo que possibilitaria a inclusão do autor da ação, supostamente filho adotivo, entre os herdeiros da falecida. De forma unânime, o colegiado entendeu que não houve a comprovação de que a falecida tivesse a intenção de adotá-lo, apesar de demonstrada a existência de relação socioafetiva.

Originalmente, o requerente ingressou com ação declaratória de vínculo socioafetivo. Nos autos, narrou que, após o falecimento de sua mãe biológica, ficou sob responsabilidade da guardiã, a quem consideraria como mãe, mesmo ainda tendo contato com seu pai biológico. À época, a alegada mãe afetiva já tinha duas filhas consanguíneas.

De acordo com o autor, a relação afetiva com a guardiã era pública e notória, tendo ela adquirido um apartamento para ele e para as outras filhas. Todavia, com o falecimento da mãe afetiva, apenas as filhas biológicas foram indicadas como herdeiras legais, dependendo o autor do reconhecimento judicial de vínculo de filiação para obter direito à herança.

Caráter parental

Em julgamento de primeira instância, o juiz considerou improcedentes os pedidos do autor. Com base no conjunto de provas contido no processo, o magistrado entendeu não ter havido indicação clara de que o relacionamento afetivo entre os dois tivesse caráter parental.

A decisão foi mantida pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ). Os desembargadores também concluíram que, embora a guardiã tivesse exercido sua função com amor e zelo, esse quadro não poderia suprir o requisito de manifestação da falecida no sentido da adoção formal.

No recurso especial dirigido ao STJ, o autor alegou existir uma relação maternal com a autora da herança, que o manteve sob sua guarda com idêntico tratamento conferido às suas filhas biológicas. Assim, defendeu que não haveria a necessidade de instauração de adoção formal para o reconhecimento de sua posição como filho, pois a filiação socioafetiva teria sido demonstrada no processo.

Desinteresse

O relator do recurso, Ministro Villas Bôas Cueva, lembrou que a guarda é uma das formas de colocação da criança em família substituta e tem como objetivo principal a regularização da posse do menor de 21 anos. Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), ao guardião é atribuída a responsabilidade de prestar assistência à criança ou ao adolescente, que ganha a condição de dependente.

Todavia, no caso discutido no recurso especial, o ministro Villas Bôas Cueva esclareceu que a guarda não foi aplicada como medida de preparação para eventual futura adoção. O Relator registrou o desinteresse da falecida em destituir o poder familiar do pai biológico, com quem o autor manteve contato mesmo após o estabelecimento da guarda.

“Ao formalizar o pedido de guarda do recorrente, e não prosseguir com o pedido de adoção, a falecida demonstrou sua intenção de não estabelecer o vínculo filial, o que não significa negar a relação de profundo afeto e amor pela criança cuja vida acompanhou desde tenra idade. Reconhecer o status filial no caso concreto, e a posse de estado de filho, por conseguinte, não seria apenas contraditório, pela ausência de inequívoca manifestação de vontade de suposta adotante, como inviabilizaria o instituto autônomo da guarda”, resumiu o ministro ao negar o recurso.

O Relator considerou existir, “inegavelmente, uma escala ascendente de intensidade na colocação em família substituta, tratando-se a guarda, a tutela e a adoção de institutos específicos para tratar de situações diversas. E, na hipótese, aperfeiçoou-se uma guarda permanente (art. 33, § 2º, do ECA), seguindo o rito procedimental próprio, que se destina a atender situações peculiares, sem se poder inferir a adoção pleiteada pelo recorrente, ato formal e solene”.

O número do processo não pode ser divulgado, em razão de segredo judicial.

Fonte: STJ | 29/08/2016.

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Comissão sobre isenção de IPTU de imóveis alugados por igrejas será instalada hoje

Será instalada nesta terça-feira (30) a comissão especial criada para analisar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 200/16, do Senado, que isenta do pagamento do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) os imóveis alugados para templos religiosos e utilizados para cultos. Na reunião, também serão eleitos o presidente e os vice-presidentes do colegiado.

A Constituição já concede isenção tributária para os templos de qualquer culto, de forma a proteger a liberdade de crença, mas deixou de fora os imóveis alugados.

A reunião está marcada para as 14 horas, no plenário 12.

ÍNTEGRA DA PROPOSTA: PEC-200/2016.

Fonte: Agência Câmara Notícias | 30/08/2016.

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Governo de SP assina convênio para moradias de interesse social

Objetivo é adquirir lotes e permitir o acesso a financiamentos

Mais investimentos em moradias de interesse social foram anunciados nesta segunda-feira (29). O governador Geraldo Alckmin assinou um convênio entre a Secretaria de Estado da Habitação e a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) que cria o programa de Lotes Urbanizados e concede subsídios para famílias com renda de até cinco salários mínimos (R$ 5 mil). Os recursos serão utilizados para a compra de 12 mil terrenos prontos para a construção de casas.

A assinatura aconteceu durante a abertura da Convenção Secovi 2016, considerado pelo sindicato da habitação como o maior evento no Brasil da indústria imobiliária. Foram anunciados ainda modelos inéditos de financiamento imobiliário para que mais famílias de baixa renda possam adquirir a casa própria e para geração de mais empregos.

O programa de Lotes Urbanizados está entre as novidades anunciadas na ocasião pelo governador, que devem ser adotadas para desenvolver o setor. Outras medidas são a realização de um feirão da casa própria para funcionários públicos e a adoção de providências para reduzir a burocracia e estimular empreendimentos.

“Cada família vai poder ter um lote urbanizado, aprovado, com água, esgoto e iluminação. Assim, terá mais facilidade para construir, de maneira regular, a sua própria casa”, disse Alckmin.

Programa
A ação convocará empresas loteadoras que queiram inscrever no programa seus lotes com infraestrutura básica, licenciados ou registrados. Os lotes serão de R$ 25 mil, R$ 30 mil e R$ 35 mil e terão subsídio de até 90% para as famílias com renda de um salário mínimo. Desta forma, os beneficiados poderão construir suas casas com recursos próprios ou de financiamento. Esse programa de apoio ao crédito individual será viabilizado por meio da CDHU – que será o agente técnico, operacional e financeiro -, com investimento previsto de R$ 300 milhões.

O Feirão do Servidor Público e de Beneficiários do Auxílio Moradia será promovido pelo programa Morar Bem, Viver Melhor. “A gente espera fazer o feirão da casa própria em novembro. Começaremos com duas mil unidades para os funcionários públicos estaduais que estão no auxílio moradia. Esse vai ser o foco inicial. Isso, também, ajuda a aquecer o mercado, e esse é um setor que gera muitos empregos. O Brasil vai recuperar, de maneira ainda mais rápida, o emprego através da construção civil, da moradia, do saneamento, infraestrutura e logística”, disse Alckmin.

Conforme anúncio do governador, os dois mil imóveis serão adquiridos pelos servidores com renda familiar de até R$ 5.280 e pelos 13 mil beneficiários do auxílio moradia, que recebem até R$ 400 por mês. Serão oferecidos certificados de subsídio individual (cheque moradia) de R$ 5 mil a R$ 40 mil e com condições especiais de compra. O investimento previsto é de R$ 50 milhões. Os limites de preços dos imóveis variam de R$ 200 mil na Capital até R$ 90 mil em cidades com menos de 20 mil habitantes, aberto também para empreendimentos da faixa 1,5 do Programa Minha Casa Minha Vida, do Governo Federal – novo programa para imóveis de até R$ 135 mil. O evento será promovido nos dias 5 e 6 de novembro no Ginásio do Ibirapuera.

Os estudos para desburocratização de empreendimentos imobiliários ficarão a cargo de um grupo de trabalho, de caráter permanente, e formado por representantes da Secretaria da Habitação, Sabesp, DAEE, Cetesp, Iphan e Eletropaulo. “É o trabalho para a gente tirar as amarras e burocracia porque tem muito empreendimento represado”, disse Alckmin. Entre os temas que serão discutidos estão: exigências estabelecidas para atuar em áreas contaminadas; exigências para intervenção em áreas de proteção permanente; tempo para emissão de autorizações da Sabesp e DAEE para a realização de empreendimentos que necessitam destas documentações; dificuldade para receber o fornecimento de energia elétrica e de iluminação pública de acordo com as necessidades dos imóveis.

Será lançado ainda um aplicativo que dará acesso a todos os lotes aprovados e aos que estão em fase de aprovação. O objetivo da novidade é ampliar a transparência nos processos de aprovação e oferecer uma base de dados para o setor planejar suas ações.

Um dos destaques da Convenção 2016 do Secovi será a apresentação de um estudo inédito sobre a viabilidade de empreendimentos destinados à locação residencial a preços acessíveis. Conhecido no exterior como “affordable rentals”, essa modalidade de negócios une governo e iniciativa privada em uma conjunção de investimentos, para oferecer locação de baixo custo à população de menor renda.

Fonte:  Portal do Governo de SP | 29/08/2016.

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