STF: Liminar suspende efeitos de decisão que anulou demarcação de terra indígena no PR – (STF).


08/10/2019

A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu liminar na Ação Rescisória (AR) 2750 para suspender os efeitos de decisão da Justiça Federal em processo que discute a nulidade da demarcação da Terra Indígena Toldo Boa Vista, do povo Kaingang. Segundo a ministra, a comunidade indígena não foi incluída no processo, como exige o ordenamento jurídico.

Anulação

A área, situada no Município de Laranjeiras do Sul (PR), foi demarcada por portaria do Ministério da Justiça. Em ação anulatória ajuizada em 2012 por um proprietário rural atingido pela medida, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) confirmou a sentença da Vara Federal de Guarapuava e considerou que o processo demarcatório seria nulo em razão da ausência de levantamento fundiário e de equívoco na identificação da área como “terra tradicionalmente ocupada por índios”, conforme previsto no artigo 231 da Constituição Federal.

Com base em fundamento infraconstitucional, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou recurso especial e manteve a decisão do TRF-4. Já os recursos os recursos extraordinários interpostos pelo Ministério Público Federal e pela Fundação Nacional do Índio (Funai) tiveram seguimento negado pelo STF por questões processuais.

Com o esgotamento das possibilidades de recurso (trânsito em julgado), ocorrido em 28/10/2017, a Comunidade Indígena do Povo Kaingang de Toldo Boa Vista ajuizou ação rescisória visando à desconstituição da decisão da Justiça Federal.

Vício processual

No exame do pedido de liminar, a ministra Rosa Weber verificou que a não inclusão da comunidade indígena como parte no litígio original torna plausível a alegação do vício processual descrito no artigo 966, inciso V, do Código de Processo Civil (CPC) para justificar a ação rescisória. Segundo a ministra, o ordenamento jurídico assegura às comunidades indígenas a participação em todos os processos de seu interesse, e a ausência da citação, caso julgada essencial, pode levar à nulidade da ação anulatória (artigo 115, inciso I, do CPC).

Requisitos

A relatora observa, na decisão, que são raríssimas as hipóteses para a concessão de liminar em ação rescisória, por se tratar de questionamento sobre decisão definitiva. No caso, no entanto, ela constatou tanto a plausibilidade jurídica do pedido (a ausência da comunidade indígena na ação) quanto o perigo da demora (o risco apontado pela Procuradoria-Geral da República de intensificação do conflito nas áreas sujeitas a remoção dos indígenas, caso venha a ser determinada a desocupação forçada da área).

A liminar será submetida a referendo do Plenário.

Leia a íntegra da decisão.

Processos relacionados
AR 2750

Fonte: INR Publicações

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Câmara – Comissão sobre Mudanças Climáticas debate regularização fundiária e produção sustentável


A Comissão Mista Permanente sobre Mudanças Climáticas promove audiência pública para debater “a regularização fundiária como instrumento para mitigar a tensão social no campo e incentivar a produção em bases sustentáveis”.

A Comissão Mista Permanente sobre Mudanças Climáticas promove audiência pública nesta quarta-feira (9) para debater “a regularização fundiária como instrumento para mitigar a tensão social no campo e incentivar a produção em bases sustentáveis”.

Foram convidados para o debate:
– o governador do Pará, Helder Barbalho;
– o governador do Amazonas, Wilson Lima;
– o governador do Mato Grosso, Mauro Mendes;
– o secretário Nacional de Regularização Fundiária, Nabhan Garcia;
– o presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), João Carlos de Jesus Corrêa;
– a procuradora da República e Coordenadora da Força-Tarefa Amazônia Protege no Ministério Público Federal, Ana Carolina Haliuc Bragança;
– o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Evaristo Eduardo de Miranda; e
– o secretário-adjunto do Ministério da Economia, Mauro Benedito de Santana Filho.

Hora e local
O debate será às 14h30, no plenário 7, na ala Senador Alexandre Costa, no Senado. O evento será interativo e poderá ser acompanhado pelo e-Cidadania.

Fonte: IRIB (www.irib.org.br)

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