Empréstimos atingiram montante de R$ 49,6 bilhões no período, diz Abecip.
Somente em junho, concessões alcançaram R$ 11,2 bilhões.
Os empréstimos para aquisição e construção de imóveis com recursos da poupança atingiram o montante de R$ 49,6 bilhões no primeiro semestre deste ano, o que representa alta de 34% em relação a igual período de 2012 e configura o melhor semestre da história do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).
De acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) nesta quinta-feira (25), somente em junho, o volume de concessões alcançou R$ 11,2 bilhões, crescendo 51% na comparação com igual mês do ano passado e 15% em relação a maio.
“As notícias são boas, os números do encerramento do semestre – em que pese tudo o que está acontecendo no país e no mundo –, quando se fala de crédito imobiliário tem que ficar bastante satisfeito com o que estamos conseguindo implementar no Brasil, seja pela força das construtoras, seja pela confiança do consumidor”, disse Octavio de Lazari Junior, presidente da Abecip.
O executivo lembra que o setor imobiliário se sustenta sobre quatro pilares – emprego, renda, confiança e inadimplência – e observá-los é importante. “Não houve deterioração importante nestes pilares”, garante Lazari Junior.
Inadimplência
De acordo com a Abecip, a inadimplência (contratos com mais de três prestações em atraso) do crédito imobiliário ficou em 1,9% nos cinco primeiros meses de 2013, contra 8,2% do cheque especial; 6,3% de financiamento de veículos; e 4,5% de crédito pessoal, com base em dados do Banco Central. A inadimplência nos contratos com alienação fiduciária é ainda menor: ficou em 1,3% em 2012.
“Quando olha a inadimplência de todos os produtos, o crédito imobiliário continua bastante controlado, (…) e a carteira é totalmente saudável.”
Os dados da Abecip mostram que, nos últimos 12 meses até maio, o crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) cresceu 34%, enquanto o crédito rural teve variação de 23%; outros serviços de 20%; indústria, 11%; pessoa física, 9%; e comércio, 8%. “Dentro do portfólio de produtos dos bancos, a linha de crédito imobiliário foi a carteira que mais cresceu”, comemora Lazari Junior.
As projeções da entidade indicam que o saldo em carteira do crédito imobiliário deve superar o crédito pessoal já no segundo semestre deste ano.
Endividamento
O endividamento das famílias com crédito habitacional que, em 2005 representava apenas 3% do total, passou para 14% este ano. “Essas pessoas que hoje têm crédito imobiliário antes pagavam aluguel, e o aluguel não entra nas estatísticas de endividamento do Banco Central”, destaca o presidente da Abecip. Nesses oitos anos, o endividamento total saltou de 18% para 44%, com base em dados do BC.
Participação no PIB
A participação do crédito imobiliário no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro avançou de 1,8%, em 2007, para 7,4%, nos primeiros cinco meses deste ano. A gente está muito satisfeito com esse crescimento muito equilibrado no PIB brasileiro, sem arroubos que depois não possam se sustentar”, disse Lazari Junior.
De acordo com a Abecip, nos Estados Unidos, por exemplo, esta participação no PIB chega a 76,1%. “A gente acha – e os fatores que vão levar a isso são diversos e dos mais variados, como economia, nível de renda, escolaridade, nível de fecundidade das mulheres, etc. –, mas um número que a gente pode falar, ao longo do tempo, de 20 anos para frente, é chegar a 50% do PIB”, diz o executivo. Um número equilibrado, na opinião de Lazari Junior, é o do Canadá (62,1%), por exemplo.
Caderneta de poupança
"É impressionante o que o povo brasileiro gosta da caderneta de poupança. Cada vez mais ela se torna um produto de referência, um produto de confiança da população brasileira", comentou o presidente da Abecip ao se referir ao funding do financiamento imobiliário.
Segundo a entidade, o primeiro semestre de 2012 já tinha sido muito bom, com um crescimento líquido da poupança de quase R$ 12,5 bilhões. Já no primeiro semestre deste ano, este valor saltou para R$ 19,97 bilhões.
"Já batemos mais de R$ 400 bilhões em saldo em cadernetas de popança, o que nos dá tranquilidade para continuar operando no crédito imobiliário e aquela expectativa de que há recursos suficientes até meados de 2015. Poderia dizer que até o final de 2015 a gente está tranquilo para continuar atuando nas operações de crédito imobiliário com funding da caderneta de poupança", disse.
A pesquisa da Abecip mostra, ainda, que o brasileiro dá, em média, 35% do valor como entrada quando vai financiar um imóvel. "Apesar de o crédito imobiliário ser o que tem o menor juro, as pessoas procuram dar uma entrada para financiar o mínimo possível. (…) Com entrada boa é muito difícil a pessoa deixar de pagar", defende.
Fonte: G1 | 25/07/2013.
Publicação: Portal do RI (Registro de Imóveis) | O Portal das informações notariais, registrais e imobiliárias!
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