O Filho do homem

* Amilton Alvares

Nobres e significativos são todos os títulos de Jesus. Ele é O Filho de Deus, Cordeiro de Deus, Príncipe da Paz, Emanuel, Pai da Eternidade, Salvador e muito mais.

No entanto, no Evangelho de Mateus, é o próprio Senhor Jesus quem insiste em se apresentar como "O Filho do homem"; são dez* referências só nesse livro: "O Filho do homem perdoa pecados (9.6), é amigo de pecadores (11.19) e semeia a boa semente" (13.37); "há de vir na glória de seu Pai (16.27), todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do homem vindo sobre as nuvens com poder e muita glória (24.30); O Filho do homem então se assentará no trono de sua glória" (25.31).

  • Parece estranho, paradoxal, mas por que o Filho de Deus gosta tanto de ser chamado de "O Filho do homem"?
  • Por que Deus aceita essa identificação aviltante, que ofusca a sua divindade e manifesta a humanidade de Jesus?
  • Por que Ele aceitou viver humildemente entre nós, esvaziando-se da glória de Deus?
  • Que propósito teria o Criador nessa simbiose da perfeição com a imperfeição, nessa mistura de Deus e de homem?

Não podemos compreender isso sem retornar ao Gênesis, o livro dos começos. No Éden, a vida era perfeita, não havia sofrimento, não havia dor, nem morte. Nossos primeiros pais – Adão e Eva, entretanto, fizeram uma escolha equivocada; violaram a lei de Deus e o pecado entrou na raça humana. O homem separou-se de Deus, carregando sobre si uma terrível sentença de morte, a morte espiritual, que impõe separação entre Deus santo e o homem pecador. Só que apesar de tudo isso, prevaleceu o amor de Deus: enquanto o homem rompia em desobediência, Deus preparou um plano de resgate da sua criatura mais preciosa; o prisioneiro do pecado e escravo do engano não foi abandonado à própria sorte.

A sentença de morte fora pronunciada antes mesmo da transgressão; depois, só restava a Deus executar a pena do condenado. A morte era inevitável, mas a partir dessa dura realidade é possível compreender então o sentido desse magnífico título de Jesus – O Filho do homem. A conta (a pena), que era nossa, foi paga por Deus que se fez homem, sofrendo Ele mesmo, na própria carne (de Jesus), a execução da sentença que nos era inteiramente desfavorável. Por isso, Isaías profetizara setecentos anos antes do Calvário de Cristo: "O castigo que nos traz a paz estava sobre Ele" (Is. 53.5).

Esse é o sentido do sacrifício vicário de Cristo; a causa e a razão da morte substitutiva de Jesus em favor de todo aquele que crê. Deus se fez homem; assumiu a culpa do homem, na cruz. E abriu a porta do céu para todo pecador que se arrepende.

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* Mateus 8:20, 9:6, 11:19, 12:8, 13;37, 16:27, 19:28, 24:30, 25:31 e 26:24

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* O autor é Procurador da República aposentado, Oficial do 2º Registro de Imóveis, Títulos e Documentos e Civil de Pessoa Jurídica da Comarca de São José dos Campos/SP, colaborador do Portal do Registro de Imóveis (www.PORTALdoRI.com.br) e colunista do Boletim Eletrônico, diário e gratuito, do Portal do RI.

Como citar este artigo: ALVARES, Amilton. O FILHO DO HOMEM. Boletim Eletrônico do Portal do RI nº. 041/2014, de 28/02/2014. Disponível em https://www.portaldori.com.br/2014/02/28/o-filho-do-homem/. Acesso em XX/XX/XX, às XX:XX.

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Qual é o critério de Deus para distribuir sofrimento? – Parte II

*Amilton Alvares

Na primeira parte desta reflexão (https://www.portaldori.com.br/2014/02/19/qual-e-o-criterio-de-deus-para-distribuir-sofrimento/), procuramos entender que o sofrimento não vem como contrapartida de uma vida de excessos ou de pecado. Sofrimento também não pode ser explicado diante de uma relação de causa e efeito, do tipo “aqui se faz, aqui se paga”. Não pode ser visto como simples punição divina nem é adequado entender ser fruto da manifestação da ira de Deus. Pode originar-se de um ataque diabólico, mas o Diabo não pode ser culpado por todos os infortúnios da vida. Os bons e os maus enfrentam o sofrimento; e em determinadas fases da vida parece até que os “bons” sofrem mais do que os “maus”. O salmista da Bíblia enfrentou esse dilema ao escrever o Salmo 73 e mostrou todo o seu inconformismo diante de Deus ao perquirir – “Por que prosperam os ímpios?” (Sl. 73).

A humanidade não pode ser dividida em dois grandes grupos, o dos bons e o dos maus, mesmo porque, efetivamente, ninguém é inteiramente bom. Todos somos pecadores. A ideia de que o sofrimento é consequência do pecado sempre povoou a mente humana. Há um relato na Bíblia em que os discípulos perguntavam acerca de um cego de nascença, que, depois, foi curado por Jesus. Perguntaram os discípulos – “Senhor quem pecou, ele ou os seus pais?”. A resposta de Jesus espanca qualquer dúvida – “Nem ele, nem os pais dele”. E acrescentou Jesus – “Ele está assim, para que na vida dele se manifestasse a glória de Deus” (João 9:1-6). Esta passagem bíblica não autoriza ninguém a pensar que sofrimento é consequência direta do pecado. Na equação de Deus sempre tem lugar para a manifestação da graça, por isso dá para entender a situação do ladrão na cruz, em quem Jesus viu arrependimento para oferecer-lhe o ingresso na eternidade com Deus. A Graça desqualifica o pensamento justiceiro e retributivo do “aqui se faz, aqui se paga”.

Precisamos entender que Deus está escrevendo a sua história com os homens e as mulheres, gente a quem ama e quer salvar. Estamos na jornada rumo à eternidade. Lá, não haverá pranto nem dor. Na jornada terrena, o mal bate na porta do rico e na porta do pobre. Os bons e os maus sofrem neste mundo. Ninguém está livre do sofrimento, mas Deus não deixa de assistir aos seus filhos, especialmente na dor. O salmista diz que “Só Ele cura os de coração quebrantado e cuida das suas feridas” (Sl. 147:3). É importante buscar maturidade espiritual para lidar com as feridas desta vida e é bom saber que a dor sempre bate à porta de todos. Sejamos diligentes em aprender com o sofrimento. E confiantes, porque Deus não dá o fardo maior do que podemos suportar (ou, conforme a linguagem poética do Adoniran Barbosa, “Deus dá o frio conforme o cobertor”).

Como sempre estamos ao alcance do sofrimento, é bom a gente aprender a lidar com ele. Sofrimento dói, machuca, mas podemos enfrentar a crise com outra perspectiva. É preciso saber que o sofrimento edifica espiritualmente, fortalece a fé, promove despertamento nas pessoas do nosso círculo de amizades, especialmente nos mais próximos. E a dor nos aproxima do Criador, em quem buscamos dependência e consolo. O sofrimento molda e fortalece o caráter, por isso podemos cantar com Paulo – “Gloriemo-nos nas próprias tribulações, porque a tribulação produz perseverança, a perseverança, um caráter aprovado, e o caráter aprovado, esperança (Rm. 5:1-4). Quanto ao mais, é bom saber que estamos justificados pela fé, por nosso Senhor Jesus Cristo, e temos paz com Deus (Rm. 5:1-2).

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* O autor é Procurador da República aposentado, Oficial do 2º Registro de Imóveis, Títulos e Documentos e Civil de Pessoa Jurídica da Comarca de São José dos Campos/SP, colaborador do Portal do Registro de Imóveis (www.PORTALdoRI.com.br) e colunista do Boletim Eletrônico, diário e gratuito, do Portal do RI.

Como citar este artigo: ALVARES, Amilton. QUAL É O CRITÉRIO DE DEUS PARA DISTRIBUIR SOFRIMENTO. Boletim Eletrônico do Portal do RI nº. 035/2014, de 20/02/2014. Disponível em https://www.portaldori.com.br/2014/02/20/qual-e-o-criterio-de-deus-para-distribuir-sofrimento-parte-ii/. Acesso em XX/XX/XX, às XX:XX.

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Paradoxos da Bíblia

*Amilton Alvares

A Bíblia é um livro repleto de informações e afirmações paradoxais — “É melhor ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há festa.” (Ec. 7:2); “O Evangelho é loucura para os sábios.” (1Co. 1:18-21); “Quanto maior a sabedoria, maior o sofrimento; quanto maior o conhecimento, maior o desgosto” (Ec. 1:18); “Confesse os seus pecados e Deus te perdoará…” (1 João 1:9); “Onde abundou o pecado, superabundou a graça.” (Rm. 5:20).

Como toda lei, livro de normas e preceitos, a Bíblia também tem alguns textos de difícil compreensão. Não temos respostas para tudo e a mente humana tem dificuldade de compreender inteiramente os desígnios de Deus. Entretanto, se pedirmos discernimento espiritual ao próprio Autor (o Espírito Santo de Deus que orientou homens a escrever os livros da Bíblia, conforme revelação divina), podemos encontrar as respostas que procuramos. Talvez, você achou difícil uma passagem bíblica e não encontrou a resposta para o seu questionamento. Persevere, não desista! Peça discernimento espiritual a Deus e tenha fé. Um dia Deus trará a compreensão. Pode não ser agora, mas um dia tudo estará bem claro, segundo a boa regência do Senhor. Se for difícil compreender, siga a recomendação de Santo Agostinho: Creia no Evangelho, porque “se você crê somente no que gosta do evangelho e rejeita o que não gosta, não é no Evangelho que você crê, mas, sim, em si mesmo”.

Está na Bíblia que um dia receberemos um corpo de glória. A Bíblia diz que aos mortos que conheceram, em vida, a salvação de Jesus Cristo, está assegurado o direito de serem resgatados da morte. Porque Cristo venceu a morte, nós, o que cremos em Jesus, também venceremos a morte. O apóstolo Paulo fala acerca desse momento singular: “Eis que eu lhes digo um mistério: nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta… os mortos ressuscitarão incorruptíveis e nós seremos transformados. Pois é necessário que aquilo que é corruptível se revista de incorruptibilidade, e aquilo que é mortal, se revista de imortalidade. Quando, porém, o que é corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal, de imortalidade, então se cumprirá a palavra que está escrita: "A morte foi destruída pela vitória". "Onde está, ó morte, a sua vitória? Onde está, ó morte, o seu aguilhão? "O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei.” (1 Co. 15:51-56).

Não há paradoxo em pagar a conta ou receber um presente de um amigo. O pagador, certamente é movido por amor. E se você é aquele que vai receber o presente, pelo menos deve mostrar que quer receber o presente de Deus, porque ninguém é obrigado a receber presentes que não quer. A conta de nossos pecados é impagável, mas o presente de Deus está posto diante de nós — a salvação de Jesus Cristo. De graça e pela fé. Deus quer entregar seu presente; resta saber se você quer o presente de Deus. Pode parecer paradoxo; mas é pura dádiva, manifestação sublime e suprema da graça de Deus, que tem planos de fazê-lo prosperar e não lhe causar danos, planos de dar-lhe esperança e um futuro (Jr. 29:10-12).

Venham, vamos refletir juntos, diz o Senhor. Embora os seus pecados sejam vermelhos como escarlate, eles se tornarão brancos como a neve (Is. 1:18). Confesse os seus pecados e Deus te perdoará. (1 João 1:19). Não é paradoxo; é dádiva de Deus. Está na lei; e a autenticidade é assegurada pelo Filho de Deus, o nosso Salvador.

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* O autor é Procurador da República aposentado, Oficial do 2º Registro de Imóveis, Títulos e Documentos e Civil de Pessoa Jurídica da Comarca de São José dos Campos/SP, colaborador do Portal do Registro de Imóveis (www.PORTALdoRI.com.br) e colunista do Boletim Eletrônico, diário e gratuito, do Portal do RI.

Como citar este artigo: ALVARES, Amilton. PARADOXOS DA BÍBLIA. Boletim Eletrônico do Portal do RI nº. 026/2014, de 06/02/2014. Disponível em https://www.portaldori.com.br/2014/02/06/paradoxos-da-biblia/. Acesso em XX/XX/XX, às XX:XX.

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